Encenação 2018 inova e empolga o público

Artistas e espectadores elogiam as novidades apresentadas na 36ª edição do espetáculo

Cesar Morgado

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         Sete dias, 1,2 mil pessoas envolvidas, mais de 48 mil espectadores. Os números mostram que a 36ª edição da Encenação da Fundação da Vila de São Vicente ficará marcada. Afinal, pela primeira vez, Martim Afonso de Sousa dividiu o protagonismo da história, no caso, com André de Soveral, primeiro mártir brasileiro.
         A partir de Soveral, essa edição da Encenação trouxe como tema “Santo de Casa Faz Milagre”, enaltecendo personalidades vicentinas que se destacaram no cenário nacional. O ator global Felipe Simas teve a missão de interpretar o padre, nascido em São Vicente em 1572, batizado na Igreja Matriz da cidade, ordenado padre e morto em 1645, no Rio Grande do Norte, como mártir durante a invasão holandesa.
        “Encaro os personagens com o mesmo protagonismo e, com o Padre André, não foi diferente. Nós o transformamos em santo, mas acredito que ele não se via assim. Ele se via como um filho amado de Deus e passava isso adiante. Foi um grande aprendizado”, comentou Simas. Ele diz que pretende voltar a São Vicente. Afinal, a partir de agora, “se considera um vicentino”.
       Apesar da novidade, o fundador da Vila de São Vicente também teve destaque, sendo interpretado por André Coelho. “Martim Afonso vai ficar marcado na minha memória. Atuar aqui trouxe uma mistura de sentimentos, que jamais serão esquecidos”. Ex-participante de diversos realities shows, ele relembra do nervosismo na estreia. “Foi tão rápido e intenso que eu nem sabia o que estava fazendo. É emocionante”.
      O prefeito Pedro Gouvêa comemorou o sucesso. “A Encenação foi maravilhosa. O público respondeu de uma maneira muito positiva. Eu terminei esses dias de Encenação com uma alegria muito grande no coração. Em 2019, tem mais e nós vamos caprichar nesse espetáculo grandioso, que faz com que o nome da Cidade seja levado para outros cantos do Estado e do País”.
 
      Inovações -As novidades dessa edição não pararam por aí. Sob direção de Roberto Marchese, o núcleo cigano coloriu um dos palcos. A narração do núcleo afrodescendente causou arrepios no público. Para completar, a potente voz de EzioBonini interpretando a canção “Aleluia” se ouvia de longe. Sucesso em 2017, os calixtos (fazendo referência ao artista Benedicto Calixto) pintaram quadros durante a apresentação. Mesmo com espaço reduzido de extensão, os atores arrancaram aplausos da arquibancada.
       Todo o trabalho não seria possível sem o brilho especial dos atores da comunidade. Ao todo, foram 1,2 mil vicentinos distribuídos entre atuação e bastidores. Uma delas é a doméstica Mary Jane Barreto Pereira, de 57 anos. Há 17 anos participando, nunca deixa de se surpreender. “É muito emocionante, você reencontra amigos, vai vivenciando a história. A cada ano, muda a história, mas o meu ‘eu’ continua o mesmo: empolgada, nervosa, como na primeira vez”. Ela integrou o núcleo afrodescendente.
       E, mal acabou a 36ª edição, a Encenação já volta à pauta, conforme comenta o secretário de Cultura, Fábio Lopez. “A partir do mês que vem, já pensamos na Encenação 2019. A primeira reunião está marcada para daqui a duas semanas. Nós sempre trabalhamos 11 meses antes. Parece que é muita antecedência, mas já temos que encaminhar as questões burocráticas e administrativas a partir de julho e, em outubro, já tem chamada para a inscrição do grande elenco”. Agora, é esperar para ver as próximas novidades.
 

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