Jovem de São Vicente abre vaquinha virtual para realizar sonho de vida na patinação

Bárbara Damas, de 17 anos, precisa arrecadar cerca de R$ 2.750,00 até 17 de setembro; jovem também disponibiliza chave PIX 488.996.578-58

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Já imaginou dormir, semanalmente, de terça a sexta-feira apenas da 1h às 4h, para realizar seu sonho? Essa é a rotina vivida pela moradora do bairro Vila Margarida, em São Vicente, Bárbara Damas, de 17 anos. A jovem batalha incansavelmente para se consolidar no cenário da patinação, modalidade praticada por ela desde o final de 2017.  
 
Infelizmente, a patinação ainda é um esporte elitizado, impossibilitando muitos de ingressarem no meio. Para dar sequência à carreira, Bárbara precisa de um par novo de patins. Ela explica que o equipamento é muito caro: de segunda mão, custa na faixa de R$ 3 mil, enquanto o novo não sai por menos de  R$ 5 mil. Por esse motivo, a vicentina criou uma vaquinha virtual. Até o momento, foram arrecadados cerca de R$ 250,00. Quem puder ajudá-la, basta clicar no link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/em-busca-de-um-sonho-ajudem-uma-atleta
A contribuição pode ser feita também via PIX, pela chave 488.996.578-58. A opção permite às pessoas ajudarem com qualquer valor, já que, para a vaquinha, a quantia mínima é de R$ 25,00. 
 
A trajetória de Bárbara na modalidade começou a ser escrita aos 12 anos, em 2017. Ela conta que fazia academia no Clube de Regatas Tumiaru, no Centro de São Vicente. Um dia, se deparou com a arte proporcionada pela patinação, gerando encanto instantâneo. “Estava tendo aula de patinação na quadra e vi muitos sorrisos. O pessoal estava muito animado. Foi quando me questionei ‘por que eu não posso?’. Ali, tudo iniciou”.
 
Nos primeiros passos, a garota sofreu com a falta de apoio. “Muita gente não acreditava em mim. Meu pai foi a exceção. Ele me deu suporte a todo momento”, relembra. 
 
Bárbara se manteve na patinação por um ano, aproximadamente. Nesse período, brilhou nas quadras e, em pouquíssimo tempo, foi pulando etapas. Porém, quanto mais avançado o estágio, maior é a necessidade de equipamentos mais adequados e de alto custo. Devido às dificuldades financeiras, não viu alternativa e, momentaneamente, optou por parar de praticar. 
 
Assim como boa parte dos adolescentes, a moradora da Vila Margarida teve seus altos e baixos. Por um certo tempo, a conexão com seu pai, que havia terminado o relacionamento com a mãe, foi perdida. Em 2020, já na pandemia, eles se reencontraram, e a notícia entristeceu o pai. “Ele não sabia que eu tinha parado. Quando contei, a reação foi instantânea. Ele disse ‘Como assim você parou?!’. Foi uma manifestação que demonstrou o quanto meu pai se importava com meu desenvolvimento no esporte”, ressalta. 
 
A conversa mexeu com a cabeça da jovem, que decidiu reingressar no âmbito da patinação. Mas, para dar sequência ao sonho, ela precisou abrir mão de muitas coisas. “Tive que sair de alguns cursos que fazia, para comprar um par de patins”. Até então, ela alugava o equipamento de uma professora. 
 
Com os patins, novos até então, a atleta passou a treinar no Clube Internacional de Regatas, na Ponta da Praia, em Santos, de terça a sexta-feira, pegando transporte público. Ela também está no 3º ano do ensino médio e cursa técnico em farmácia. 
 
Embora o equipamento tenha sido adquirido há pouco mais de um ano, ele é de nível básico, ou seja, limita a jovem a competir em níveis menos avançados, além do risco de lesioná-la. “É suficiente para meu estágio atual, porém me impede de alcançar outros patamares e machuca bastante o meu pé”, explica.  Apesar das limitações,  Bárbara conquistou, até o momento, todos os títulos que disputou. 
 
Almejando atingir o estágio ao qual está devidamente capacitada, a vicentina decidiu criar a vaquinha. “Muita gente me disse que eu não seria capaz. Estou provando, ao longo dos anos, que posso, sim, crescer nesse meio. Já passei por muitas dificuldades e abri mão de muita coisa. Por isso peço que as pessoas me ajudem”, recorda. 
 
Hoje, ela encara a modalidade como uma espécie de terapia. “Lá, esqueço meus problemas. Quando estou patinando, passa a ser meu único foco”.
 
Inspirada em suas professoras, Carla Silva, Andreia e Rafaela Freitas, a atleta segue aspirando voos altos. Almejando, enfim, fazer um solo na patinação. “É algo que requer muito foco e dedicação. Vou seguir em busca disso e sei que irei conseguir”, ressaltou a jovem, que concluiu sua fala dando um recado àqueles que sonham. “Nunca deixem ninguém dizer para vocês que não são capazes”.
 
Bárbara corre contra o tempo para fechar o valor de R$ 3 mil e comprar o novo par de patins. Nos dias 17  e 18 de setembro, haverá a Copa Hebert Torr, na Associação Atlética dos Portuários, em Santos. E para participar em nível mais avançado, a jovem necessita dos novos equipamentos.  
 
Por Guilherme Sibilio
Fotos: Rafael Damaceno

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