Alunos da EMEF Nilton Ribeiro (Japuí) entregaram nesta semana o primeiro lote de materiais reciclados arrecadados para a Gincana Sustentável. A unidade continua liderando a disputa promovida pelas secretarias de Educação (Seduc) e de Meio Ambiente e Bem-estar Animal (Semam). O projeto estimula uma competição saudável, voltada à arrecadação de tampas plásticas, lacres metálicos, pilhas, produtos eletrônicos e óleo de cozinha usado. As escolas municipais concorrem entre elas, toda a população sai ganhando e a natureza agradece.
Aluno do 2º ano, Bernardo Pereira Ferraz (7 anos) entrou de cabeça na campanha e encara a gincana com muita imaginação. “Quando estou na rua, eu finjo que é uma caça ao tesouro, e vou pegando tampinhas e lacres.” Para ajudá-lo, Bernardo envolveu toda a família. “Sempre que minha avó sai de casa, ela traz um lacre de latinha para ajudar na gincana. Já enchi três potes de material”.
Agnes Keiko Reis Lisboa (6 anos), do 1º ano, também conta com a ajuda do lar. “Eu e minha mãe recolhemos as coisas velhas lá de casa e achamos bastante material reciclável”.
Também com 6 anos, Isabela Ferreira Santiago, do 1º ano, alerta sobre a importância da ação “porque iria tudo para o mar e os peixes poderiam comer e morrer, achando que é comida”. Já o Rian Duarte (6 anos), do 2º ano, revelou sua preferência. “Eu gosto mais de recolher tampinhas. Já trouxe um monte para a escola”, orgulha-se.
Professor de Atendimento à Educação Especializada da EMEF Nilton Ribeiro, Luiz Carlos Castro Legui destaca a participação além dos muros da escola. “É importante a parte de recolha e de envolvimento da comunidade, que está ajudando demais com este projeto. Esse é o pontapé inicial para algo maior”, propõe.
Para a coordenadora pedagógica, Patrícia Mohallem, “essa parceria com a família é fundamental, porque os alunos chegam em casa falando sobre a consciência que eles tiveram na escola e transformam-se em multiplicadores dessa ideia”. Ela conta que o envolvimento dos estudantes contagiou até mesmo os comerciantes. “Fizemos parceria com lojas no entorno da escola e essa participação faz toda a diferença”, completa.
Responsável pela Gincana Sustentável pela Seduc, Eliana Isidoro ressalta a busca pela consciência ambiental e social. “As crianças ficaram muito animadas com a gincana, não só pelo cuidado com o meio ambiente mas também pela ação de solidariedade em saber que as tampinhas e lacres serão revertidas para a aquisição de cadeiras de rodas”.
A coordenadora de Educação Ambiental da Semam, Iracy Léa Pecora, compareceu à EMEF do Japuí para parabenizar o empenho de todos. “Essa parceria com a Seduc é de suma importância, pois a educação ambiental não se faz sozinha. É uma área transversal e temos a colaboração de pessoas maravilhosas que já estão preparadas para conscientizar nossos alunos”.
Ranking - Liderando a competição com 18.330 pontos, a EMEF Nilton Ribeira é abraçada pelo Parque Estadual Xixová, seguida da EMEF Octávio de Césare (Catiapoã), com 13.944 pontos, e a EMEI Clemente Ferreira (Vila Mello) vem em 3º lugar com 8.125.
Impactos - Estudos apontam que uma garrafa PET leva cerca de 100 anos para se decompor, enquanto latas de alumínio demoram o dobro desse tempo. Já pilhas e baterias podem esperar até cinco séculos para serem absorvidas pela natureza.
Iniciada em junho, a Gincana Sustentável procura investir numa mudança de hábitos e de mentalidade como um elo para a transformação da criança e do adolescente em relação a um meio ambiente mais equilibrado. A proposta é que o aluno aprenda brincando, sendo conscientizado sobre os assuntos da atualidade e a importância de melhorar a qualidade de vida e garantir um futuro mais saudável para toda humanidade.
Como toda ação merece uma mascote, também está sendo promovido um concurso envolvendo os estudantes para escolher a arte mais criativa que representará o movimento de Educação Ambiental na Cidade - tudo com uma exposição ao público, que poderá votar na sua obra preferida. O animal-símbolo da campanha é a tartaruga-verde, presente em nossa região.
Década do oceano - A iniciativa lançada em junho, durante a Semana do Meio de Ambiente, vem ao encontro da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. A Década do Oceano, como é mais conhecida, foi definida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para mostrar o importante papel da ciência para a sociedade numa abordagem voltada ao desenvolvimento sustentável.
A ação está relacionada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, previsto na Agenda 2030, acordo internacional firmado pelos estados-membros da ONU. As metas da ODS buscam proteger as vidas marinha e terrestre, produzir energia limpa e acessível, viabilizar cidades e comunidades sustentáveis, incentivar o consumo e produção responsáveis, promover ações contra a mudança global do clima, oferecer água potável e saneamento, entre outras.
Realização - A Gincana Sustentável de São Vicente é uma realização das secretarias de Educação (Seduc) e de Meio Ambiente e Bem-estar Animal (Semam), com apoio da Ecoviver, Japuí - Gestão de Resíduos, Pro Lata, Rotary Club de São Vicente, Centro de Capacitação de Pesquisa em Meio Ambiente da USP (Cepema) e Núcleo de Cultura de Paz e Não Violência de São Vicente.
Texto - Renato Pirauá
Fotos - Tadeu Filho
