São Vicente promove estudo de processos erosivos costeiros nas praias

Trabalhos têm início nesta segunda (23), para diagnosticar processos oceanográficos

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Pela primeira vez na história, as praias de São Vicente receberão um estudo de erosão costeira, que visa mostrar os impactos dos processos oceanográficos na costa, como as ações das ondas, correntes e marés, principalmente devido às ressacas. 
 
Com os dados coletados nos estudos, será possível localizar a presença de processos erosivos, o que permitirá à Cidade elaborar um plano de contingência para ressacas, bem como verificar a necessidade de obras estruturais em pontos mais críticos.
 
A iniciativa é da Defesa Civil de São Vicente, equipe pertencente à Secretaria de Defesa e Ordem Social (Sedos), e conta com parceria da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que se encarregará de realizar os estudos.
 
Os trabalhos ocorrerão durante toda a próxima semana, passando pelas faixas das Praias do Gonzaguinha, Milionários, Itararé, Porto das Naus (Av. Tupiniquins), Parque Prainha, Rua Japão e Ilha Porchat.
 
Visto que estudos relacionados às mudanças climáticas preveem uma maior quantidade de ressacas em meses de outono ou inverno, assim como ressacas de maior intensidade, há a necessidade de se conhecer o panorama atual e a previsão do que pode acontecer num futuro próximo, com relação às praias.
 
O monitoramento será feito via drone, que realizará a leitura das variações na linha de costa durante, no mínimo, um ano, além da coleta de sedimentos para análises laboratoriais. 
 
A geóloga da Proteção e Defesa Civil, Maria Rita Barros, que também é oceanógrafa, explica que o estudo trará grande avanço no conhecimento da variação da linha de costa do Município, suas causas e consequências. “Este mapeamento permitirá conhecer as áreas mais sensíveis da linha da costa vicentina, estando elas sujeitas a ressacas que podem não somente provocar o processo erosivo, mas também a quebra de estruturas e inundação da faixa costeira.”
 
“Serão várias etapas de trabalhos nas praias ao longo dos próximos meses. Tudo isso para entender a sua variação da altitude, assim como avanço ou recuo em relação à linha de costa”, detalha a geóloga.
 
O cronograma de execuções dos trabalhos será passado pela CPRM, de acordo com o desenvolvimento do estudo. 
 
Durante o monitoramento, a circulação de pessoas e a realização de atividades nas praias estarão proibidas.
 
Na manhã de segunda-feira (23), os profissionais da CPRM se reunirão para discussão técnica com os representantes da Proteção e Defesa Civil de São Vicente. À tarde, os técnicos se deslocarão até as praias, para início dos trabalhos.
 
Carta Geotécnica
A CPRM também disponibilizará, a partir de 2023, uma equipe para estudos e atualização da Carta Geotécnica de São Vicente, necessária para o planejamento de segurança e desenvolvimento da Cidade. 
 
A  Carta Geotécnica utilizada atualmente no Município é a dos Morros de Santos e São Vicente, elaborada pelo IPT em 1978. Ela é uma ferramenta de planejamento que integra dados e informações básicas a respeito das características geotécnicas dos terrenos em uma determinada área e suas possíveis interações com as intervenções humanas relacionadas ao processo de uso e ocupação do solo.
 
Por Guilherme Sibilio