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Santos - São Paulo - Brasil, 28 de abril de 2024.
12/03/2021
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Parte 5 - As Calungas: Carregando a bandeira do esporte
Mulheres vencem barreiras com muito suor e dedicação

“Tive depressão em razão de minha doença; tirei forças para superar graças ao meu filho e às atividades físicas”. O relato é de Rosana Cardoso, 44 anos, dona de casa e paratleta, na modalidade atletismo. A vicentina possui deficiência nos membros inferior e superior, do lado esquerdo, gerados por problemas de saúde que quase tiraram sua vida na juventude. Tudo começou em 1999, quando Rosana foi internada com pneumonia. Apesar de receber alta, continuou sentindo dores intensas na cabeça e retornou para novos exames. Foi, então, diagnosticada com meningite e tuberculose. O quadro grave exigiu a realização de uma cirurgia na região craniana, provocando as sequelas no braço e na perna.

                            

Devido à deficiência, Rosana iniciou sua trajetória de superação. Foi aí que a relação com o esporte começou. A calunga viu nas atividades físicas a possibilidade de melhorar seu condicionamento, além de vencer a depressão. “No começo me sentia mal. Com o passar do tempo percebi que estava sendo ingrata, pois quase perdi a vida e, mesmo assim, consegui sobreviver. O esporte me deu a sensação de coragem”. A partir disso, ingressou no paratletismo, disputando em áreas como lançamento de peso e dardo, conquistando torneios e colecionando medalhas.

Hoje, ela se orgulha de ser motivo de inspiração ao próximo. “Várias pessoas na academia que frequento me têm como motivação, graças a todas as adversidades que consegui superar”, concluiu, citando duas palavras que representam a mulher “força e coragem”.

Cleyde Souza, de 43 anos, estudante de Educação Física e estagiária na Secretaria de Esportes de São Vicente (Sespor), é outra mulher que divulga a bandeira vicentina por meio do esporte. Nascida em Nilópolis (RJ), mora em São Vicente desde os 3 anos. Sempre foi apaixonada pela prática de atividades esportivas, jogando futsal, vôlei de praia e quadra, entre outras modalidades. Ela conta que devido a essa dedicação sofreu diversas vezes em sua infância com piadas machistas. “Já fui discriminada por tios e amigas. Era apelidada de machadinha, porque jogava futebol”. 


Mesmo praticando esportes desde criança, seu principal destaque foi o frescobol. “Uma conhecida me convidou para jogar e apresentou alguns materiais profissionais. Desde então, me apaixonei”, comentou. A relação com a modalidade se fortaleceu, levando-a a conquistar títulos e alcançar marcas expressivas, sendo campeã paulista e brasileira e obtendo o 4° lugar no Campeonato Mundial de Frescobol, em dupla com a atleta Carla Greco.

Apesar de ter sofrido com o preconceito na infância, para Cleyde, a sociedade evoluiu bastante e já não compactua tanto com discursos machistas: “A mulher tem tomado seu lugar no cenário esportivo. É importante. Nós temos que estar lá”. A atleta conta que se orgulha em divulgar o nome vicentino e o quanto a Cidade representa para ela: “São Vicente é minha história de vida. Foi onde conheci o esporte, onde estudei. Eu considero como minha cidade natal”, afirmou. Seu maior desejo para o futuro é o equilíbrio “Só espero igualdade e respeito. Que o ser humano tenha mais empatia e amor ao próximo”.

Priscila dos Anjos tem 43 anos e é educadora física. Trata-se de mais uma calunga que ajuda a estimular o esporte no Município. É professora pela Secretaria de Esportes (Sespor), trabalhando com o público idoso. Suas aulas são de ginástica, alongamento, pilates e stand up paddle. Priscila conta que um dos conceitos mais aplicados em suas aulas é sobre a importância das saúdes física e mental. "As pessoas iniciam suas atividades esportivas com os olhos voltados a questões estéticas.
                                                                                                                                                                                                                    

Porém, o primordial é a saúde humana. A estética é consequência", afirmou. Para ela, é necessário que as mulheres estejam sempre unidas, combatendo a desigualdade. E a evolução, que segundo a professora vem acontecendo, ocorre graças a esse engajamento. "Não tenham medo! Não se enquadrem em rótulos. A cada ano, estamos ganhando espaço, graças a essa união". Por fim, emocionada, faz um apelo à sociedade. "Meu maior desejo é não ouvir mais notícias sobre feminicídio".

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Por: Guilherme Sibilio
 


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