Adolescentes fortes que sabem o que querem, “As Poderosas” revolucionaram o ano letivo em meio à pandemia
 
“Vencedora”, “que traz felicidade”, “alegre”, “combatente gloriosa” e “mulher forte”. Estes são os significados dos nomes de Vitória, Beatriz, Letícia, Luana e Gabrielly, cinco estudantes que compõem o grêmio estudantil da EMEF Carolina Dantas (Catiapoã), intitulado “As Poderosas”.

As jovens são uma prova de que idade é apenas um número. O grupo composto por adolescentes de 12 e 14 anos foi capaz de revolucionar o período letivo em meio a uma pandemia. As integrantes do grêmio se orgulham do título de poderosas. “O nome já diz tudo, o Poder é Rosa,” afirma a vice-presidente da organização, Beatriz Lima, 14 anos.


A ideia inicial começou a ser pensada antes da pandemia, porém a execução começou no período de isolamento social. Ao longo do ano, as meninas se empenharam, dividiram funções e mostraram muita garra para motivar outros alunos – tudo via redes sociais. O grêmio debateu temas de extrema importância, com a esperança de criar mais consciência. “Minhas expectativas são de que no futuro aconteça uma melhora. Vemos muitas coisas acontecendo”, declara Letícia Macedo Politi, 14.

Cada uma ocupa uma função específica e de extrema importância. A vencedora Vitória Costa, 12, exerce o cargo de presidente do grêmio; aquela que traz felicidade Beatriz Lima, 14, é a vice-presidente; a alegre Letícia Macedo Politi, 14, atua como secretária geral; a combatente gloriosa Luana Bueno, 14, usa sua glória para cuidar da direção social; e a mulher forte Gabrielly Gomes, 14, é responsável pela tesouraria.

Todas as ações foram pensadas e desenvolvidas de forma conjunta. Leticia, além de ser a secretária geral, também criou o logo do grêmio, que representa o poder feminino. “A cor rosa é a pureza. O formato quadrado é a ordem e a organização. O laranja amplia a mente, tornando-a receptiva para novas ideias”.



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O grêmio cresceu e se tornou algo muito maior. “Pra mim significa união. Foi uma coisa muito nova. Eu cheguei e me apaixonei pelo trabalho que era feito e pela união de todas. Espero que continue ajudando muitas pessoas,” relata Luana Bueno.
Beatriz encontrou no projeto uma forma de amadurecer e criar o seu espaço. “É muito difícil pra gente, nessa idade, ter voz reconhecida como mulher, tanto na escola como em outros lugares.”

Correr atrás de participantes para as lives, organizar os eventos on-line, não foi uma tarefa fácil, mas recompensou. Até alunos que estavam ausentes das aulas começaram a comparecer. Para o grupo, o maior desafio foi lidar com tantas mudanças e ainda pensar em como inovar.
Para o futuro elas querem que o grêmio seja um legado. “Espero que cresça mais. Mesmo que a gente não esteja aqui, mas desejo que isso evolua para continuar ajudando mais e mais pessoas”, relata Vitória.

Já Gabrielly pretende continuar nesse caminho e buscar mais independência para conquistar o sonho de ingressar na área da saúde. “As meninas do grêmio têm me proporcionado esse caminho, de ser uma mulher mais autoconfiante.”

Entre os eventos realizados pelas Poderosas, estão a participação no Projeto Ecoviver, uma festa remota de Halloween, a Festa de Encerramento (também pelas redes sociais) e o engajamento na campanha do Outubro Rosa, além das lives com convidados plurais, como o poeta Peilton Sena (da Academia Santista de Letras); o professor César Rodrigues; os integrantes do Grupo Temperos de pagode; professor André Navajas; e a professora Conceição. Na próxima semana, a secretária de Educação Nívea Costa Marsili será a convidada da live no Dia da Mulher.

Maturidade - Tutora do grupo, a professora Marcia Gouveia orienta as jovens com firmeza e muita compreensão, sempre com foco na maturidade de forma individual e coletiva. “Foi um encontro de almas mesmo. A gente quer isso, que os alunos e alunas tenham voz e saibam se posicionar, sempre com o pé no chão e vendo o outro. Todo o trabalho que fizemos foi pensando no próximo”. Por sinal, Márcia também é um nome poderoso: vem do latim e significa “guerreira”.
 
Por: Maria Angélica Medeiros