Reinvenção, perseverança, criatividade e resiliência, são palavras-chaves para os empreendedores
Muitas são as histórias de brasileiros que perderam o emprego em meio à pandemia e precisaram driblar a crise. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sedect), mais de 6.000 vicentinos abriram MEIs, buscando uma alternativa para garantir o sustento de suas famílias.
O casal Thiago Cardoso, mecânico, e Erika Teixeira, cozinheira, precisou se reinventar. “Ele perdeu o emprego em abril de 2020 e eu tive que ficar em casa, pois a escola em que trabalho está fechada. Temos dois filhos e a nossa situação financeira ficou apertada”, revela Erika.
Os dois resolveram aproveitar os dotes culinários de Erika e começaram a vender bolos e salgados sob encomenda. Thiago pegou gosto pela cozinha e botou a mão na massa, surpreendendo amigos e familiares.
“Para ele, isso serviu como uma terapia, porque estávamos passando por tempos difíceis. Ele me surpreendeu, pois nem ovo ele fritava”, lembra a cozinheira.
Thiago conseguiu outro emprego quatro meses depois e as escolas retornaram às aulas presenciais, mas o casal manteve a venda dos quitutes como renda extra. Atualmente, além das encomendas, Erika faz doces de chocolate para vender para outros comerciantes. “Com esse dinheiro conseguimos comprar gás, inteirar o valor do aluguel e pagar o curso pré-vestibular do meu filho mais velho”, afirma Erika.

A profissional de Recursos Humanos, Layara Braz, 26 anos, tem um empreendimento no ramo de papelaria para casamentos. Quando a pandemia começou, as festas de casamento foram adiadas e a situação financeira dela apertou.
“Foi um momento bem delicado, os contratos fechados ficaram suspensos e não conseguimos fechar novos contratos, por conta do isolamento social”, explica.
Nesse momento, Layara teve uma ideia e decidiu inovar, expandindo seu negócio para outras datas.
“Já que as pessoas estavam dentro de casa, decidi expandir nossos serviços para datas comemorativas, como dia dos namorados, dos pais, das mães, criando presentes personalizados e bombou”, afirma a empreendedora.
Realizando tudo pela internet, em pouco tempo ela viu suas vendas aumentarem e, atualmente, planeja aumentar a produção.
“Aos poucos, os contratos estão voltando e o empreendimento está crescendo. Em outubro, minha irmã vem trabalhar comigo, porque sozinha não estou conseguindo dar conta da demanda.
Fico muito feliz e espero que esse momento acabe logo, para que todas as pessoas voltem a ter oportunidades”, finaliza.

Por Isabella Paschoal e Rafael Henrique