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Santos - São Paulo - Brasil, 20 de abril de 2024.
09/09/2021
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Projeto-piloto de cultivo de horta urbana é implantado no Parque Ecológico

Produtos colhidos serão utilizados na alimentação dos animais do local e também transformar resíduos em compostagem 

 
Já pensou o resíduo orgânico de sua casa virar compostagem para ser utilizado em uma horta urbana? Desde quarta-feira (08) essa ideia começou a ser colocada em prática no Parque Ecológico Engenheiro Tércio Garcia, na Rua Dona Anita Costa, s/n - Vila Voturuá.
Trata-se de um projeto-piloto entre a Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Turismo (Setur), e o Coletivo Composta e Cultiva, em parceria com a ONG Concidadania, conhecida como Fórum da Cidadania em Santos.

O coordenador do Coletivo, Renato Prado, explica como funciona a iniciativa. “Aqui no Parque Ecológico há um espaço que tem vocação para ser transformado em local de agricultura urbana. Isso envolve cultivo de horta, compostagem de resíduos”.

Por ser um projeto-piloto, segundo o coordenador, a ideia é aos poucos implantar esses processos no Parque Ecológico. “Hoje plantaremos pequeno canteiro de horta, que será um cultivo de espinafre e rabanete”.

Nesse primeiro momento Prado explica que foi montada uma pequena leira de compostagem. “Com o tempo, essa ação evolua e, para mais espaço ocupado com horta, seja também transformado em um espaço de educação ambiental. Dessa forma, as pessoas poderão aprender, a absorver esses conceitos e, futuramente, criar uma conexão com a Secretaria de Educação (Seduc), para que as escolas também possam vir a se beneficiar desse aprendizado, que é uma tendência mundial”.

Prado ressalta que não existe lixo orgânico. O que há são resíduos orgânicos, que as pessoas geram e que podem ser transformados em composto. “É um processo que acaba sendo mais vantajoso porque reduzimos a quantidade de resíduos que geramos em casa, sendo que mais da metade deles é orgânico.”  
 
Além disso, ainda de acordo com Prado, a ação propicia a valorização desses resíduos. “A gente usa muito esse termo: não existe lixo; existem resíduos e uma pequena parcela que são os rejeitos. Se a gente vai reduzindo isso, chega a reduzir quase 90% da geração. Então é importante as pessoas absorverem esses conceitos. Nossa proposta pela causa, para que as pessoas se sensibilizem e aprendam mais.”.

Coletivo Composta Cultiva – O Coletivo, que desde 2019 possui parceria com a Concidadania, conhecida como Fórum da Cidadania de Santos . A ONG fica na Avenida Ana Costa, 340, antiga estação da Sorocabana, e conta com seis membros e 30 voluntários. Em Santos o piloto foi implantado em julho de 2020. “Abrimos esse projeto para que famílias. Nesse momento, já são cerca de 120 famílias participando e estamos compostando em torno de 1,2 tonelada por mês de resíduos orgânicos, com a horta se revertendo para essas pessoas que colaboram com o projeto”.

A ideia é trazer o conceito para São Vicente iniciando com o Parque Ecológico. “Nesse momento, que o Parque está fechado, participarão do projeto-piloto os colaboradores do Parque; depois será ampliado para os servidores da Prefeitura e, mais adiante, na Cidade. 

Voluntários – Os 30 voluntários do Coletivo Composta e Cidadania atuam em diversas áreas, tanto na compostagem quanto no coletivo, no plantio.

O coordenador do Coletivo, Renato Prado explica que há ação de plantio de mudas de árvores, por parte de um grupo voltado para questão da arborização urbana, que também se beneficia dos insumos gerados com a produção do composto. 
 
Anderson Peres Rodrigues é voluntário há seis anos no Coletivo, Ele conta que veio de São Paulo para morar em Santos com o objetivo de ter sua própria empresa e também queria dedicar seu tempo livre a ações voluntárias. “Na época  conheci algumas pessoas que faziam parte da Estação Cidadania e fui me envolvendo nas ações de plantio de árvores, ações que ajudam um pouco na parte da compostagem.” 

O voluntário conta também com a companhia de seus dois jovens filhos. O mais novo é o estudante do primeiro ano do ensino médio, Lorenzo Cezare Castro Lopes, 15 anos. “Desde os 12 anos acompanho meu pai na Cidadania e acho muito bom fazer isso, colocando mais vida na terra. São coisas diferentes para eu fazer no dia a dia”. 

Siga o Coletivo no instagram: 
https://instagram.com/compostaecultiva?utm_medium=copy_link

Parque Ecológico Engenheiro Tércio Garcia - Fellipe Gomes Quirino, chefe de administração do Parque Ecológico, afirma que esse é pontapé inicial. “Por meio do voluntariado e do secretário da Setur, Renato Marchesini, foi cedido um espaço aqui no Parque que estava sendo subutilizado e hoje o pessoal está aqui. Vão começar uma horta comunitária e um projeto de compostagem que já tem um modelo implantado que funciona muito bem em Santos. A ideia é extremamente importante para São Vicente inicialmente no Parque, mas o projeto seguindo, a gente pode plantar também em outros espaços que estão subutilizados na Cidade”. 

Com isso, o chefe de gabinete acredita que pode ser resolvida uma parte da questão ambiental, que são os resíduos sólidos, principalmente os orgânicos. “O próprio Parque Ecológico gera muitos resíduos, entre alimentação dos animais. Nós mesmos aqui já vamos utilizar nosso próprio composto orgânico, ao invés de descartar como lixo.”

A quantidade gerada de resíduos orgânicos no Parque, de acordo com Fellipe, é de aproximadamente meia tonelada ao mês. “Esse resíduo irá para a nossa compostagem. Iremos contar com a colaboração dos funcionários do Parque, incentivando todo mundo a trazer o resíduo de casa, uma pequena quantidade pelo tamanho de São Vicente, mas é um começo. Quem sabe a gente consiga levar o projeto adiante e fazer isso na Cidade inteira.

Quando o Parque reabrir, o chefe de gabinete da Setur explica que pretende expandir o projeto para moradores do bairro e posteriormente para o Município. “Podemos criar a cultura dessas pessoas a trazerem de casa as compostas para ajudar tanto a parte do meio ambiente como a nossa compostagem”.

Outra proposta é a de destinar a produção para a alimentação dos animais. “Não vai suprir inicialmente as necessidades que temos no Parque, mas temos uma área grande destinada para a implantação do projeto. Futuramente, a médio prazo, poderemos ter horta para alimentar boa parte das necessidades do Parque, o que for possível e até uma horta comunitária, produtos de extrema qualidade"

Texto por Carmen Doria
Fotos por Tadeu Filho
 

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