Motivar os alunos com práticas diferenciadas em sala de aula. Com este enfoque, os projetos desenvolvidos por estagiárias e estagiários das áreas de letras, matemática e pedagogia, foram apresentados nesta quarta-feira (21) no I Encontro de Vivências INTEGRASV.
De um total de 26 vivências realizadas, 12 foram conhecidas nos períodos da manhã e tarde no auditório da Secretaria de Educação (Seduc). “Tivemos ótimas devolutivas, o que comprova que o professor, de fato, faz a diferença na educação”, salientou a supervisora de Ensino, Denise Barbosa.
Entre as práticas apresentadas, a estudante de letras, Lisiane Vaz Vieira Araújo, promoveu o projeto “Leitura em Casa” na EMEF Jacob Andrade Câmara (Cidade Náutica). A estagiária estimulou a autonomia leitora de livros paradidáticos, a prática da escrita e a oralidade, com o desafio de os alunos contarem a história na aula seguinte.
Também da área de língua portuguesa, Íris Santos atuou com o tema “Se essa história fosse minha”, com alunos da EMEF Gilson Kool Monteiro (Vila Nova São Vicente). A tarefa consistiu em ler livros da literatura infantil clássica, dando um desfecho diferente do texto original, estimulando, assim, a oralidade e a criatividade.
Na disciplina de matemática, Alexandre Cruz dos Santos realizou na EMEF Jorge Bierrenbach Senra (Rio Branco) uma atividade de gamificação, criando um jogo apenas com o uso de dois dados. Assim, cada aluno representou um número de “2” a “12” e, ao vencer o “7”, as crianças constataram que não se tratava de sorte, mas sim de probabilidade, dentro das possíveis combinações de resultados. O tabuleiro humano, desenhado no chão da sala, gerou um gráfico, permitindo a representação do que foi realizado na prática.
Na EMEF Lúcio Martins Rodrigues (Vila Margarida), Caroline Heffer Pessoa usou o teatro como estímulo à expressão. A estagiária de letras promoveu atividades corporais, com foco no alongamento e na respiração, levando ao resgate da autoestima, da confiança e valorização, na busca de “alunos seguros, atores sérios”. Reflexão, relaxamento e meditação foram praticadas nesse processo.
Na mesma unidade, Carolina dos Santos Ramos desenvolveu a questão do pertencimento. “Sempre morei no México-70 e montei o ‘dicionário do cria’, mostrando que o bairro onde vivemos tem gírias e expressões regionalizadas”. A partir desse ponto, a universitária propôs aos alunos a adaptação de obras literárias, com criação de releituras usando esse vocabulário local. O outro estagiário, da área de exatas, Gabriel Freitas dos Santos, promoveu um jogo, em que equipes de alunos tinham que decifrar charadas e enigmas para conseguir “escapar” da sala - ou ‘scape room’, como é conhecido o conceito.
O Integra São Vicente foi disciplinado em 2022 com base na Lei 3579/2017 e regulamentada pelo Decreto 5580/2021. No momento, 59 estagiários atuam em 40 escolas municipais, com ações de reforço em forma de oficinas de alfabetização e letramento, produção textual, números e operações, gamificação, resolução de problemas, teatro e jogos de tabuleiro. As atividades se dão em horário estendido, de duas a três horas além do período escolar, em conformidade à Base Municipal Curricular de São Vicente.
Para garantir a oferta do programa, as escolas contam com um articulador (coordenador), responsável pela organização pedagógica e administrativa das ações realizadas na unidade.
Por Renato Pirauá