Dia do Feirante é celebrado com tradição e herança familiar

Dia 25 de agosto é comemorado o Dia do Feirante. Em São Vicente, diversas famílias trabalham nas feiras livres para garantir produtos frescos na mesa das famílias

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Dia 25 de agosto é comemorado o Dia do Feirante. Em São Vicente, diversas famílias trabalham nas feiras livres para garantir produtos frescos na mesa das famílias 
 
“É dia de feira, quarta-feira, sexta-feira. Não importa a feira”, já diz a música do 'O Rappa'. E é assim, de terça a domingo, que 240 feirantes de São Vicente ganham a vida. Eles acordam com o dia ainda escuro, carregam caixas pesadas, enfrentam sol e chuva, calor e frio. Para essa turma não tem tempo ruim e eles não podem faltar, porque a clientela sempre aguarda as mercadorias frescas para levar para casa. 
 
“É muito cansativo, mas conhecemos diferentes pessoas e fazemos muitos amigos. O trabalho na feira vale a pena”, conta Mariana Souza Silva, que trabalha há cinco anos na barraca de pastéis do Hanada. 
 
Tradicional nas feiras livres vicentinas, a barraca do Hanada passa de geração para geração há 20 anos, sempre com o seu pastelzinho frito na hora e o famoso caldo de cana. Magno Fernandes dos Santos faz parte da família e há três meses trabalha como feirante. “Sou genro do seu Hanada, que é o dono da barraca. Atualmente, cerca de 10 pessoas da nossa família trabalham no negócio, entre cunhados, primos e sobrinhos. Somos uma equipe. Todos colaboram e sabem qual é a sua função”, explica. 
 
 
A barraca “Família Pescados”, do Seu José Sena, tem 12 anos. A filha Thaina trabalha com a venda de frutos do mar junto com o marido, Felipe. Em datas comemorativas, como a Sexta-feira Santa, o número de fregueses dobra e toda a família colabora. Esposa, filhos, genros e até amigos contribuem em dias de muito movimento.  “A gente se diverte trabalhando, conhecendo bastante gente, e alguns clientes levamos para a vida toda. Nós e os outros feirantes viramos uma família. Mexeu com um, mexeu com todos”, brinca Thaina. 
 
 
Outra que passou de geração para geração foi a barraca “Frango Express”, idealizada por Júlio César da Silva Gomes, feirante há mais de 30 anos. Toda a família é envolvida no comércio de aves e outras carnes: a esposa, as três filhas e os genros. “A família trabalhando unida é primordial. Nós trocamos ideias em relação ao serviço para sempre melhorar o atendimento. Até criamos uma linha gourmet para atender os clientes que querem refeições mais rápidas”, explica Júlio. 
 
 
A filha de Seu Júlio, Thamires Lima Gomes, possui a própria barraca de frango há 17 anos, junto com seu marido. Ela conta que a rotina é cansativa e sobra pouco tempo para curtir os filhos, mas que trabalhar com a família compensa o sacrifício. “Nosso dia começa às 3h30 para carregar o caminhão no frigorífico. Às 6h já estamos na rua para montar a barraca. Quando a feira termina, voltamos no frigorífico para levar o que sobrou de produto”, conta a feirante. 
 
 
Disposição e resiliência são as palavras que definem esses trabalhadores que garantem alimentos e produtos de qualidade, sempre frescos e a preços mais acessíveis, mais perto de seus fregueses. 
 
Por Isabella Paschoal