No Dia do Orgulho LGBTQIA , manifestação prega paz e gera reflexão em prol do respeito

Ação foi realizada na Rua Martin Afonso, no Centro, em trecho próximo ao estabelecimento onde casal de mulheres foi agredido por um cliente

Compartilhe!

1 curtiu
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA é celebrado nesta terça-feira (28). Em alusão à data, porém, um importante, e nada comemorativo, movimento de protesto foi feito com o objetivo de dar um 'basta' na discriminação sexual. A manifestação foi organizada na Rua Martin Afonso, no Centro, às 14h, pregando paz e amor, em combate à violência, e próximo ao estabelecimento ‘Parada Boa’ que, infelizmente, foi alvo de um episódio lamentável protagonizado por um cliente que agrediu verbalmente um casal de lésbicas e fisicamente uma delas, no dia 22 de junho.
 
O presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOLGBT) do Litoral Paulista, Valter Corrêa Junior (Chiclete), explicou o porquê da iniciativa. “Aqui, na Rua Martin Afonso, foi onde aconteceu o último ataque. Não vamos mais tolerar violência. Articulamos, inclusive, este protesto de maneira estratégica, em horário comercial, para que quem estiver passando perceba que pregamos paz, apenas.”
 
A confraternização deu voz a membros da comunidade LGBTQIA que já sofreram discriminação. Uma delas é a jovem lésbica Emmily Vitória, de 24 anos, que clama pelo fim da desigualdade. “Estamos na Primeira Cidade do Brasil, o berço da democracia no País. Não vamos nos calar. Só quero poder sair com a minha namorada nas ruas e não ser destratada."
 
Testemunha do ataque cometido em seu estabelecimento recentemente, a proprietária do Parada Boa, Cléo Gois, pediu desculpas à comunidade LGBTQIA , e fez questão de reiterar que o estabelecimento jamais compactuará com tal violência. “Jamais vou admitir comportamento primitivo na minha loja. Esse agressor vai responder pelos atos dele."
 
Uma luta de todos - Passando pelo Centro, o engenheiro civil Sérgio Henrique Pollacsek foi cativado pela manifestação. De maneira consciente, ele relembrou seus ancestrais para dar um recado a todos. “O protesto mexeu comigo, pois sou judeu e vítima do discurso de ódio. Afinal, infelizmente, perdi meus avós devido ao Holocausto. Meus pais conseguiram fugir para o Brasil. Isso faz parte da minha história. Chega de intolerância!”
 
Além da APOLGBT, a ação reuniu diversas entidades, contando com apoio da Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Cultura, Esportes e Cidadania (Secec), Instituto Caiçara, Aliança Nacional LGBT, Associação Brasileira das Famílias Homoafetivas, Mães Pela Diversidade e Família Stronger.
 
O orgulho mora em SV - Junto de outros 58 municípios, São Vicente é considerado um dos destinos mais amigáveis e inclusivos para o pessoas LGBTQIA . A nomeação veio através do Governo do Estado, oficializada pelo Mapa da Diversidade, instrumento que identifica os destinos paulistas que possuem locais e atrações turísticas que acolhem este público. 
 
Para a secretária de Turismo de São Vicente, Juliana Arnaut de Santana, “estar no mapa da diversidade é essencial para trazer visibilidade para São Vicente, especialmente ao consumidor que busca um destino receptivo e com bom atendimento”.
 
Denúncias - Quem for vítima ou testemunha de atos de discriminação sexual, deve procurar a APOLGBT, pelo WhatsApp (13) 99182-1711, para que as devidas providências sejam tomadas.
 
Por Guilherme Sibilio e Renan Valentim
Fotos: Tadeu Filho

Álbum de Fotos