Procor e alunos gremistas debatem sobre racismo, preconceito e discriminação

Ação se deu na tarde de quarta-feira (25) com envolvimento de sete unidades escolares

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Representantes gremistas de sete unidades educacionais de São Vicente participaram na tarde desta terça-feira (25) de uma roda de conversa tratando de um assunto pertinente: o racismo. Promovido pelo Programa Somos Muitas Cores SV (PROCOR), da Secretaria de Educação (Seduc), o bate-papo realizado no Parque Cultural Vila de São Vicente (Centro) proporcionou uma discussão sobre racismo, preconceito e discriminação, e o quanto a questão impacta na vida das pessoas, inclusive na escola. 

 

De maneira dinâmica, os gremistas citaram exemplos de situações vivenciadas por eles e propuseram ações de intervenção no combate ao racismo. As ideias foram colocadas no papel, ficando expostas em um varal. 

 

Integrante do Procor, a pedagoga Regina Morais  leu interpretou o poema ‘Me gritaram negra’, da escritora peruana Victoria Santa Cruz, e destacou o persistente uso de expressões que remetem a pensamentos racistas. Entre os apontamentos de ofensas, os gremistas citaram ‘piadas’ acerca do cabelo, formato de nariz e comparações com animais. “Essas atitudes podem interferir no físico e na questão psicológica”, apontou o grupo da Unidade Educacional Jacob Andrade, propondo como intervenção ações de conscientização e realização de palestras na escola. Já a UE Antônio Pacífico sugere àqueles que carregam falas racistas se colocarem no lugar de pessoas que são alvos desses comentários. “Estou arrepiada com tantas propostas e o quanto vocês são fortes para fazer a diferença. Mostrem a força que vocês têm”, salientou a coordenadora do Procor, Patrícia Ramos.

 

A equipe do programa discorreu sobre a missão do Procor em promover a equidade racial com ações permanentes nas escolas; a visão de reduzir as disparidades raciais, promovendo a igualdade de oportunidade e acesso; e os valores, voltados à promoção da justiça social, defesa dos Direitos Humanos, dignidade, respeito, diversidade e construção de comunidades seguras e acolhedoras para todos.

 

Participaram as unidades Antônio Pacífico, Armindo Ramos, Carolina Dantas, Jacob Câmara, Mário Covas Jr, Matteo Bei e República de Portugal.

 

Ao fim da discussão, o sociólogo e rapper Brunão Ment’ Sagaz, do projeto Hip Hop, deu um depoimento de como a educação salvou a sua vida em uma comunidade que poderia tê-lo levado ao caminho da criminalidade, mas incentivado por uma professora, seguiu o caminho do poema e da música. 

 

PROCOR - Iniciada neste ano, a iniciativa da Seduc visa abordar a discussão do preconceito étnico-racial para toda a comunidade escolar. No último mês, o programa iniciou uma trilha formativa com profissionais da educação para a discussão de temas como: construção de identidade e redes para a equidade, garantia de direitos e educação antirracista. Participam do Grupo de Trabalho (GT) os docente Patrícia Ramos, Regina Morais, Maria Amélia Silva, Vandilma Galindo, Gisele Meyer e Marcus Vinícius. "Nossa pretensão, com esse projeto, não é mostrar quem sabe mais ou menos, e, sim, mostrarmos uma realidade que nem sempre é abordada nas escolas. São erros que precisam ser corrigidos. Precisamos aceitar que o Brasil, sim, é um país racista. O Procor é um sonho que está se tornando realidade", afirmou a secretária de Educação, Nivea Marsili.

 

Por - Renato Pirauá

 

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