Residência terapêutica de São Vicente é primeira a integrar paciente à família na Baixada Santista

Local oferece tratamento visando a reintegração com familiares e proporcionado melhor qualidade de vida

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A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), realizou a primeira alta de um paciente em residência terapêutica da história do litoral de São Paulo. O caso ocorreu no dia 17 de fevereiro e o paciente foi reintegrado à família, que mora em Santa Fé, divisa com Mato Grosso.
 
O Serviço de Residência Terapêutica (SRT) consiste em casas, locais de moradias, destinados a pessoas com transtornos mentais que permaneceram em longas internações psiquiátricas. As Residências foram instituídas pela Portaria/GM nº 106, de fevereiro de 2000, e compõem parte integrante da Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde. Esse dispositivo, inserido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), tem como finalidade a reinserção social dos pacientes. 
 
Em São Vicente, a residência foi inaugurada no dia 28 de abril de 2018 e conta com o vínculo de uma equipe multiprofissional do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Mater III. No local, os pacientes realizam atividades recreativas, como artesanato, cuidados com a casa (respeitando as limitações por conta da patologia) e são ofertados alimentação, higiene e medicações assistidas.  
 
O enfermeiro do SRT, Danilo Leonel, explicou o caso do paciente que recebeu alta: “Ele passou 11 anos internado em um hospital psiquiátrico. Ele veio para a nossa residência há seis anos atrás. Quando assumi a residência em 2021, comecei esse trabalho de tentar reintegrá-lo à família. Então a gente fez essa busca em 2022. Tive êxito agora, em 2023, conseguindo achar a mãe, que mora em Santa Fé, divisa com Mato Grosso. Houve um primeiro contato, a mãe demonstrou querer a convivência novamente com o filho. O filho tem 38 anos hoje. Comecei esse contato dando apoio até que, em janeiro, combinamos a alta em fevereiro. A patologia dele é esquizofrenia junto com o uso de drogas. Ele usava entorpecentes. Era um rapaz muito ativo. Era segurança, trabalhava em carro forte, trabalhava em escolta armada. Acabou, por um momento, ocorrendo um declínio e se envolveu com entorpecentes e, a partir disso, foram desenvolvidas outras patologias associadas. Possivelmente ele poderia ter, mas não foi diagnosticada. Ele tem um grau de esquizofrenia moderada, mas medicado, ele volta à sociedade. Consegue ter convívio novamente, desde que esteja supervisionado. Foi o que propusemos para a mãe. A nossa proposta foi que ele tenha apoio novamente do CAPS da região onde mora e, mesmo assim, seja integrado à vida cotidiana com a família”.