Rumo aos 500 anos, São Vicente dá primeiro passo em busca de soluções climáticas

Projeto terá duração de três anos, com oito instituições envolvidas, sendo três delas internacionais

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Juntos pela 'São Vicente dos 500 anos', foi realizada nesta quinta-feira (29), na Universidade Estadual Paulista (Unesp) Campus Litoral, a primeira reunião de co-planejamento do projeto de ‘Justiça Climática’, firmado por um convênio da Administração Municipal com oito universidades, sendo cinco delas nacionais e três internacionais, para pesquisas e estudos ligados à solução de demandas ambientais da Cidade.
 
O primeiro encontro de trabalho contou com a participação de 37 colaboradores, entre pesquisadores, alunos universitários e administradores públicos. A vice-prefeita Sandra Conti, o subsecretário de infraestrutura, Paulo Fiamenghi, a secretária de Planejamento e Governança, Talita Correa, e o secretário adjunto de Meio Ambiente, Mário Bueno, representaram a Administração Municipal. Ambos foram responsáveis por apresentar todos os dados a respeito da população vicentina e os desafios que enfrentam, principalmente, sobre quem vive em situação de vulnerabilidade e locais de risco.
 
A iniciativa propõe não somente as pesquisas e os estudos em relação às demandas ambientais, como também aponta soluções a essas demandas, visando proporcionar qualidade de vida aos vicentinos que sofrem, no dia a dia, o maior impacto da desigualdade climática, com as enchentes, alagamentos, deslizamentos, falta de saneamento básico e ondas de calor extremos.
 
Com duração de três anos, o convênio consiste em uma parceria entre a equipe científica da USP e a Administração Municipal de São Vicente, que não compromete os cofres públicos, visto que é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
 
“Hoje é a primeira reunião geral de trabalho e, portanto, um momento inicial para gente nivelar, entre todos os pesquisadores envolvidos, a percepção dos desafios de São Vicente, do que os dados mostram em relação aos desafios frente à justiça climática, entendendo São Vicente. Uma cidade vulnerável, mas com muita potência para conseguir um trabalho pioneiro junto a essas universidades e junto a esses pesquisadores”, ressaltou a secretária Talita Correa.
 
Sylmara Gonçalves é professora da Universidade de São Paulo (USP) em gestão de políticas públicas, e conta que a iniciativa surgiu na sala de aula. “Eu propus a disciplina, lancei, convidei os alunos, e foi um interesse incrível deles. Até pensei ‘Será que em gestão de política pública isso vai rolar?’ Por ser um tema muito relacionado às áreas ambientais, né. Para minha surpresa, todos abraçaram. E então, resolvemos executar em escala real. Sondei alguns municípios, mas veio de um dos alunos a sugestão do município de São Vicente. Logo falei com a Talita, já na mesma hora a gente organizou e foi incrível”, explicou.
 
Mário Bueno, secretário adjunto de Meio-Ambiente, explica que a Semam vai atuar em três eixos que envolvem metodologias participativas, governança e território. Será responsabilidade da pasta guiar os pesquisadores quanto aos problemas ambientais e sociais da Cidade. ”Toda a fase do projeto tem três produtos. Então, cabe a nós essa responsabilidade de ajudar, tomar decisões como setor público, buscar soluções e também conscientizar a população. A universidade vai produzir artigos, livros, cartilhas e tudo mais. Grande parte da população de São Vicente é de vulnerabilidade. O projeto vem para conhecer essa realidade, e trabalhar conosco para enfrentar esses problemas e minimizar esses impactos”.
 
Por Maurício Massaro

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