No Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta sexta-feira (21), a história de Jeniffer Aparecida de Souza, 29 anos, e de sua mãe, Eliane Maria de Souza, ganha destaque como um exemplo de amor, superação e luta por inclusão. Aluna do Projeto Semi-profissionalizante Especial 2 (Samaritá), da Secretaria de Educação de São Vicente (Seduc), Jeniffer inspirou sua mãe a escrever o livro "Jeniffer e o Down do Amor", que retrata sua trajetória e os desafios enfrentados desde o nascimento.
A relação de Eliane com a escrita começou há anos, quando percebeu a escassez de informações sobre a Síndrome de Down. Formada em Administração e pós-graduada em Gestão Pública, ela decidiu transformar sua experiência em conhecimento acessível. Seu primeiro livro, "Políticas Públicas e a Inclusão Social da Síndrome de Down", nasceu como seu Trabalho de Conclusão de Curso e foi publicado na revista científica Núcleo do Conhecimento, alcançando leitores em 187 países.
Mas a história de sua filha merecia um espaço especial. Incentivada pela coordenadora do projeto Flechas ao Vento e escritora, Fabíola Mees e auxiliada por amigos e familiares, Eliane decidiu escrever uma obra inteiramente dedicada a Jeniffer. “Eu já tinha feito um livro abordando toda a história da Síndrome de Down, então surgiu a ideia de fazer um só para ela”, conta a autora. “Os parentes ajudaram, contando suas lembranças, e fomos montando essa história que reflete tudo o que vivemos.”
O nascimento de Jeniffer foi um momento marcante para Eliane e seu marido, Francisco Vicente de Souza. “Na época, não tínhamos informação. A pediatra chegou a dizer que ela não teria qualidade de vida, que viveria como um vegetal. Isso me marcou muito, mas também me fez lutar por ela”, relembra a mãe. A busca por conhecimento e a dedicação da família foram fundamentais para garantir que Jeniffer tivesse uma vida plena.
Com o passar dos anos, Eliane percebeu o avanço na inclusão de pessoas com Síndrome de Down. “Mudou muito. Hoje há mais conscientização, mais respeito. Antes, as pessoas não sabiam lidar com isso, e minha filha sofreu bastante na escola. Agora, felizmente, as coisas melhoraram e ela é muito mais feliz”, afirma.
O pai, também sempre esteve presente nessa jornada. “Eu era o suporte dela no dia a dia, acompanhava Jeniffer em tudo. Ela sempre foi um amor de pessoa”, emociona-se Francisco.
O livro Jeniffer e o Down do Amor não é apenas um relato familiar, mas um registro importante da evolução da inclusão ao longo das últimas décadas. Ao contar essa história, Eliane reforça a importância da informação e da luta pelos direitos das pessoas com deficiência. No Dia Internacional da Síndrome de Down, sua trajetória nos lembra que o conhecimento e o amor são as maiores ferramentas para a inclusão.
Por - Samanta Mercadante