Os mais de 500 alunos de ensino regular da Unidade Educacional Armindo Ramos (Samaritá) tiveram uma experiência única na manhã e tarde desta sexta-feira (16), participando de vivências para entender as dificuldades de portadores das deficiências físicas, auditivas, visuais e intelectuais.
A ação faz parte do projeto “Eu me importo”, com participação dos estudantes do Projeto Semi-Profissionalizante Especial 2, desenvolvido no mesmo bairro.
“Juntamos a parte teórica com algumas vivências para que eles compreendam a importância da inclusão, falando das principais deficiências e entendendo que todos somos capazes”, explicou o professor de educação física Fray Gonçalves Santana, que atua na área de inclusão.
Matriculada no 6º ano C, Thalita Fernandes, 11 anos, tentou direcionar uma cadeira de rodas e arremessar uma bola de basquete em direção à cesta. “É muito difícil, porque a gente não sabe fazer os movimentos das rodas para andar ou girar a cadeira. E na hora de arremessar a bola de basquete, a cesta parece mais longe. Em pé é muito mais fácil, porque dobramos o joelho para dar impulso. Na cadeira de rodas não tem como fazer isso, a bola sai sem direção e precisa de muita força nos braços. Dá para valorizar mais os paratletas, que estão de parabéns”.
Cursando o 6º B, Laisla Xavier da Silva, 11 anos, teve uma venda colocada nos olhos, conhecendo assim as dificuldades de uma pessoa sem visão. “Deu muito medo de esbarrar em alguém ou de cair e me machucar”, revelou a estudante.
Diretora da unidade, Rosemeyre Rabelo Rodrigues destacou que a escola é o lugar onde os alunos aprendem a respeitar, sem discriminação e entendendo que ser deficiente não é uma doença.
“Aqui preparamos essas crianças para compreenderem que somos todos iguais, e que não é um “CID” (Classificação Internacional de Doenças) que vai mudar o ser humano”.
Multicampeã em competições internacionais, a paratleta santista Beth Gomes enviou uma mensagem em vídeo aos alunos. “Espero que continuem levando adiante o projeto ‘Eu me importo’, pois todos só têm a ganhar com ações como essa”, afirmou a medalhista olímpica nas modalidades lançamento de disco e lançamento de peso para cadeirantes.
A iniciativa tem como base os cinco pilares da educação inclusiva: todos têm direito à educação; todos são capazes de aprender; cada um aprende do seu jeito; a convivência escolar é benéfica para todos; e a educação inclusiva é responsabilidade de todos. O evento visa construir um espaço escolar mais igualitário, acolhedor e comprometido com uma educação de qualidade para todos.
Texto - Renato Pirauá
Fotos - Cynthia Rocha