A criançada da UE Pastor Joaquim Rodrigues (Náutica 3) colocou as mãos na terra para celebrar a árvore símbolo do País, na tarde desta segunda-feira (5) - dois dias após a comemoração do Dia do Pau-Brasil. Os alunos da educação especial e do segundo ano do ensino fundamental da Unidade Educacional Pastor Joaquim Rodrigues (Náutica 3) participaram do plantio com muito entusiasmo.
Além da espécie, a UE ainda recebeu uma muda de ipê-amarelo, símbolo da cidade de São Vicente. “Essa é uma forma de resgatar a importância desse vegetal na história do Brasil, e também serve para mostrar que o pau-brasil está praticamente extinto devido à degradação ambiental, ocupando atualmente apenas 7% da Mata Atlântica, local onde predominava na época da descoberta”, conta a assessora pedagógica, Vandilma Galindo, da Secretaria da Educação (Seduc), que coordenou a ação juntamente com as professoras Eliana Isidoro (Seduc) e Ivanete Ferreira Barbosa, do Centro de Estudos e Apoio ao Meio Ambiente (Ceama / Semam).
Ivanete explicou aos pequenos a importância de preparar bem o solo para receber as mudas, numa verdadeira aula prática e ao ar livre. “Fazemos estudos, alternativas para equilíbrio do solo, compostagem, minhocário, alternativas naturais para controle de pragas e fungos. É uma forma de conscientizar a comunidade vicentina na apropriação de tecnologia de plantio, tanto de uma hortinha, até o plantio de uma árvore, visando às mudanças climáticas”, explicou.
Comemorada sempre no dia 3 de maio, o Dia do Pau-Brasil foi instituído em 1978, pela Lei Federal nº 6.607, que definiu a espécie como Árvore Nacional. “As mudas foram cedidas pelo Ceama, responsável pelas áreas verdes de São Vicente”, afirmou a professora Eliana Isidoro, referindo-se ao Centro de Educação Ambiental e Meio Ambiente, ligado à Secretaria de Meio Ambiente de São Vicente (Semam).
Pau-Brasil - Antes da chegada dos portugueses ao Novo Continente, o pau-brasil mostrava-se abundante na Mata Atlântica, estendendo-se de São Paulo ao Rio Grande do Norte. A cor avermelhada de sua madeira chamou a atenção na época, com o corante brasilina, considerado perfeito para tingimento de tecidos na cor vermelha, tom muito restrito naqueles tempos. Esse verdadeiro tesouro nacional teve, assim, importante papel na formação econômica e cultural do Brasil, sendo uma das primeiras riquezas exploradas pelos portugueses em sua nova colônia.
Durante os séculos XVI e XVII, a exploração impulsionou a economia colonial. Sua extração movimentou o comércio e gerou riqueza, porém sob o custo de aumentar a degradação ambiental da Mata Atlântica.
Atualmente, o Brasil busca equilibrar a exploração desse recurso natural, valorizando o patrimônio natural e cultural que o pau-brasil representa.
Relação histórica - De acordo com o site Brasil Escola, o nome do pau-brasil é alvo de muita especulação e de debate entre os historiadores. “O consenso atualmente é que o termo ‘brasil’ fazia referência à resina encontrada na madeira que possui tom avermelhado. As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling sugerem que o termo ‘brasil’ e todas as suas variações são oriundas do termo latino “brasilia”, que significava ‘cor de brasa’ ou ‘vermelho’”. A abundância do vegetal nomeado assim pela cor de sua seiva, continua o site, foi utilizado para nomear a nova terra. “Isso aconteceu a partir de 1512, quando a mercadoria chegou ao mercado europeu", finaliza o texto.
Por - Renato Pirauá