A proibição do uso de celulares em escolas tomou conta dos meios de comunicação e das redes sociais neste ano de 2025. Seguindo as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC) em seu Guia de Orientação sobre o Uso de Celulares nas Escolas, a Secretaria da Educação de São Vicente (Seduc) elaborou diretrizes específicas a serem adotadas na rede municipal.
Pouco mais de um mês após o início das aulas, os resultados começam a surtir efeito, havendo um consenso entre gestores, professores e alunos de que o uso de aparelhos eletrônicos (entre os quais os smartphones) prejudicava o desempenho escolar. Diretora de marketing do grêmio estudantil da Unidade Educacional Mário Covas Jr (Parque das Bandeiras), Laura Fernandes de Souza, 12 anos, conta que a escola adotou medidas para substituir a tecnologia. “A instalação de uma mesa de pingue-pongue e de um pebolim no pátio fez com que os alunos fiquem mais juntos no intervalo, sem o celular”, avaliou a estudante, que, inicialmente, achou a proibição ruim, mas agora encara como uma decisão benéfica. “Hoje consigo me concentrar mais nas aulas. O celular era uma distração. Às vezes é difícil, porque não consigo falar com meus pais quando necessário, mas aí é só pedir na direção que eles ligam para a minha mãe”.
Para a diretora da unidade, Francilma de Paula Barros, disponibilizar equipamentos para compensar a falta do celular foi uma decisão acertada. “Jogos assim ajudam a estimular a criatividade, a coordenação motora, a concentração, a socialização e o espírito competitivo de maneira saudável”.
A gestora disse, ainda, que uma parceria com o Sesi Santos já foi firmada para oferecer, em breve, aulas de robótica em contraturno. Na área do esporte, os professores de educação física começaram a montar turmas de treinamento para basquete, futsal, handebol e vôlei, permitindo identificar o potencial do aluno conforme a modalidade que mais gosta. “Também vamos ativar a nossa rádio interna, e vamos iniciar aulas de dança durante os intervalos, com um ritmo diferente por semana”.
Outra ideia que já vai ser colocada em prática é a implementação de aulas de xadrez, ministradas por um ex-aluno da UE. “A ideia é atender a todos os gostos, porque aqueles que não querem jogar pebolim ou tênis de mesa, podem praticar esporte, ou dançar, ou cantar… O importante é participar de pelo menos uma atividade, para interagir e socializar cada vez mais”.
Por - Renato Pirauá