Da teoria para a prática, alunos da rede municipal de São Vicente realizam na manhã desta quarta-feira (18) o lançamento de foguetes com propulsão a água e ar, confeccionados por eles mesmos em sala de aula.
O grupo de 15 estudantes da Unidade Educacional Carolina Dantas (Catiapoã) estará a partir das 8h nas dependências do 2º Batalhão de Infantaria Leve Aeromóvel “Martim Afonso” (Av. Antônio Emmerich, 975 - Vila Cascatinha). A experiência faz parte da Olimpíada Brasileira de Foguetes, com direito a medalhas aos grupos que atingirem a maior distância de lançamento.
À tarde, outros 15 cursistas da UE Pastor Joaquim Rodrigues da Silva (Av. João Francisco Bensdorp, 301 - Náutica III) repetem a façanha a partir das 13h, na área externa da própria escola.
A ação é realizada numa parceria entre o cursinho Cellula Mater (preparatório para alunos interessados em ingressar em escolas técnicas públicas no ensino médio) e o Núcleo de Educação Ambiental da Seduc, que dá uso a materiais reciclados para a construção dos foguetes, envolvendo as disciplinas de ciências e matemática de uma maneira leve, mas com foco total no conhecimento.
Por isso, para subir ao topo do pódio é preciso aprender a parte teórica, como conta a professora de matemática Eliana Barbalho. “A matemática só tem sentido se você praticar, e é no cotidiano que isso acontece”, afirma a docente, que leciona na UE República de Portugal (bairro Japão) e coordena o cursinho Cellula Mater.
Assim, o que os estudantes aprenderam em aula, confirmam no lançamento dos foguetes, como ângulo, inclinação, velocidade, direção do vento, retas concorrentes e paralela, entre outros conhecimentos. “Quando colocamos isso tudo na prática, fica bem divertido e faz mais sentido para eles, além de prepará-los melhor para uma formação no ensino superior e no mercado de trabalho”, completa Eliana Barbalho, agradecendo o trabalho desenvolvido em sala pelos professores Fernando Garcia e Maria Alexandra. “Só é possível realizar um projeto como esse quando temos profissionais que acreditam numa educação pública de qualidade e que pode transformar a vida desses meninos e meninas”.
Cursando o 9º ano da UE República de Portugal, Giovanna Victória Freitas, 14 anos, passou pela experiência na tarde de segunda-feira (12), atingindo uma distância de 160 metros com o foguete construído por ela e duas colegas. “A teoria é cansativa, porque temos que copiar, ler e reler, mas é necessária. A prática foi mais emocionante, porque a gente se esforçou, fez o trabalho e quando viu o foguete voar tão longe, foi incrível, gratificante demais”, comemorou.
Antes de cada lançamento, a assessora pedagógica da Secretaria da Educação (Seduc) Eliana Isidoro, reforça os detalhes que vão contribuir para o foguete atingir uma velocidade de 80km/h e uma distância superior a 200 metros, como aconteceu na segunda-feira (12) com alunos da UE República de Portugal. “Na parte superior, abaixo do bico do foguete, coloca-se uma bexiga com água, que é o ponto de massa, ou seja, é onde o equipamento vai ter estabilidade. Em uma espaçonave de verdade, é o local onde ficam os astronautas”, explica Eliana Isidoro, que é formada em ciências biológicas e atua na Olimpíada Brasileira de Foguetes desde 2008.
Texto - Renato Pirauá
Fotos - Cynthia Rocha