Com o tema 'Educar para Transformar', a edição 2024 do Encontro de Educadores reuniu na terça (15) e quarta-feira (16) cerca de 3 mil profissionais que atuam na rede municipal de ensino de São Vicente, com dez palestras ministradas no Ilha Porchat Clube.
O evento celebrou, também, o Dia dos Professores, conforme destacado pelo prefeito Kayo Amado. “Parabenizo a todos os presentes pela data, e pelo avanço no IDEB, que é motivo para comemorar e agradecer vocês, professores”, afirmou o chefe do Executivo, completando que “o Encontro de Educadores está, a cada ano, com mais qualidade, do tamanho que os profissionais merecem”.
No segundo dia de palestras, assuntos como equidade social, saúde mental, leitura significativa e rebeldia com causa levaram a plateia a refletir sobre a realidade da sala de aula.
Rebeldia, sim - Uma escola voltada a formar alunos questionadores, inquietos e inconformados, mas com o propósito de desenvolver uma visão de futuro. Esta foi a perspectiva de César Calegari, que abriu na manhã de quarta-feira (16) o ciclo de palestras do segundo dia do Encontro de Educadores de São Vicente. Sociólogo, educador e membro do Conselho Nacional de Educação, Calegari destacou a importância de formar cidadãos questionadores, que agucem a capacidade de transformar o mundo, cabendo ao professor o papel de fio condutor. “Temos o desafio de formar rebeldes com causa, que serão agentes transformadores para garantir as decisões individuais e coletivas, enfrentando os desafios do mundo contemporâneo”, destacou. Para o especialista, tal conceito está diretamente ligado à necessidade de melhorar o ensino público, com mecanismos eficazes que garantam os direitos educacionais, hoje excludentes e desiguais no País. “Somos pródigos em enunciar leis, mas também somos pródigos em violar essas mesmas leis”, cravou, completando que “o compromisso deve ser o de não deixar nenhuma criança e jovem para trás e jamais naturalizar o fracasso, pois o fracasso de uma criança também é o nosso fracasso”.
Equilíbrio - Especialista em neurociência e comportamento, a fundadora e CEO do Grupo Reinventando a Educação abordou o tema “Saúde mental no desenvolvimento profissional". De uma forma leve, Irene interagiu com a plateia, falando sobre a importância da saúde mental no dia a dia da escola. Uma das preocupações demonstradas está na possibilidade de um ‘apagão de professores’ no Brasil a partir de 2040, conforme projeções recentemente noticiadas. “Ou cuidamos da saúde mental dos nossos professores, ou não sei o que será do nosso país e da nossa espécie. Um lugar que não cuida de gente, tem gente exterminada”, afirmou, aconselhando que se pratique na sala de aula o que mais gosta, e não insista aquilo que odeia. “Não se limite a ser um transmissor de informações, estimule o seu aluno a buscar o conhecimento”.
Equidade social - ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes falou sobre “Um compromisso com a equidade e a justiça social”. Pedagoga pela UFMG, com doutorado em Antropologia Social pela USP e pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de Coimbra, a palestrante refletiu se os pobres, pretos, indígenas e mulheres têm o mesmo acesso a direitos de igualdade. “Na educação, a questão racial tem sido um grande mote para que possamos refletir sobre equidade e justiça social”, avaliou.
Leitura significativa - Formada em Língua e Literatura Vernáculas pela PUC/SP, com mestrado em Filologia e Língua Portuguesa pela USP, Maria José Nóbrega falou sobre “A formação de leitores”, com dicas importantes de como estimular a leitura significativa, de acordo com cada fase escolar do aluno.
Texto - Renato Pirauá
Fotos - Cynthia Rocha e Thadeu Filho
Texto - Renato Pirauá
Fotos - Cynthia Rocha e Thadeu Filho