A Guarda Civil Municipal de São Vicente, por meio de sua equipe de inspetoria ambiental, atua de forma estratégica na proteção da fauna local. O grupo é responsável pelo resgate de animais silvestres em situação de risco, realizando o encaminhamento desses espécimes para tratamento adequado, reabilitação e posterior reintegração à natureza. Somente em 2025, a equipe realizou o resgate de 108 animais silvestres e marinhos, incluindo espécies nativas e até mesmo exemplares raros na região. Entre os animais atendidos estão jararacas, cobras-coral-verdadeiras, caninanas, jabutis-piranga, bichos-preguiça, corujas e falcões.
Dentre os casos que chamaram a atenção, está o resgate de um Ratão-do-Banhado, também conhecido como Caxingui, um roedor semi-aquático, herbívoro e territorialista que vive em tocas às margens de cursos d’água. O animal foi encontrado em área urbana e, após avaliação, encaminhado ao Parque Estadual Xixová-Japuí.
Outro episódio foi registrado na Vila Voturuá, onde uma jararaca foi encontrada no quintal de uma residência, abrigada sob sacos e entulhos. A GCM Ambiental realizou o resgate utilizando os equipamentos adequados como pinça, luvas e caixa de contenção, garantindo a segurança dos agentes e dos moradores. A serpente foi devolvida ao seu habitat natural, em área de mata fechada na Serra do Mar, importante corredor ecológico da Mata Atlântica.
Todos os animais atendidos pela GCM passam por avaliação clínica e tratamento, graças a uma rede de instituições parceiras que inclui o Instituto GREMAR, a Aiuká Consultoria e Soluções Ambientais, o Parque Zoobotânico Orquidário de Santos, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) e o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS). Após o período de recuperação, os animais são reintegrados à natureza.
A presença desses animais em áreas urbanas está relacionada, principalmente, à expansão do ambiente urbano, à busca por alimento e à degradação de habitats naturais, como manguezais e áreas de preservação. O descarte irregular de lixo e a pesca predatória também contribuem para que espécies como tartarugas e arraias sejam encontradas fora de seu ambiente natural. Por isso, caso algum munícipe encontre um animal silvestre em situação de vulnerabilidade, o contato com a GCM Ambiental pode ser feito pelo telefone 153.
Outros resgates realizados ao longo do ano incluem:
Narceja-de-bico-torto – ave de hábitos noturnos que habita áreas úmidas e encharcadas.
Falcão-relógio – espécie florestal de canto característico, mais ouvida do que vista, comum nas matas do Sudeste.
Jacaré-de-papo-amarelo – espécie associada a ambientes aquáticos e já registrada até em manguezais de ilhas costeiras.
Por Luis Gomes



