Viver sem medo, ter voz respeitada, ser acolhida quando mais precisa: tudo isso deveria ser realidade na vida de cada mulher. Ainda assim, em muitos lugares, o silêncio e a violência insistem em tentar apagar histórias e sonhos. Em São Vicente, a luta em prol da defesa da mulher é diária, que com políticas públicas que garantem acesso à rede de saúde, orientações jurídicas e medidas contra os agressores.
A proteção é feita com braços estendidos, portas abertas e vozes que acolhem. É construída por educadores que pregam o respeito nas escolas, por profissionais de saúde que cuidam da paciente de forma humanizada, por agentes de segurança que protegem com firmeza e por advogadas que orientam com justiça.
O Município dispõe de uma grande rede de apoio, em que cada elo fortalece a caminhada de quem busca romper o ciclo da violência.
“Quando o respeito excede o limite, a pessoa já está em um relacionamento abusivo. É importante entender os sinais e buscar ajuda. Uma conversa com uma pessoa que confia pode ser o primeiro passo para uma nova vida”, destacou a psicóloga e presidente do Fundo Social de São Vicente, Thaynã Amado.
Educação transformadora:
A prevenção nasce nas salas de aula. Projetos como o Círculo de Masculinidade ajudam adolescentes a refletir sobre o respeito, a igualdade e o papel do homem na construção de uma sociedade mais justa. Já o Maria Vai à Escola leva informações sobre canais de denúncia e promove conversas francas de combate à violência contra a mulher, despertando nos jovens a consciência de que o silêncio não pode ser cúmplice da agressão.
Força e confiança:
Através da Secretaria de Esportes (Sespor), mulheres a partir dos 12 anos têm acesso a aulas gratuitas de defesa pessoal, oferecidas em diferentes polos da Cidade (Dondinho e Centro Esportivo e Centro Esportivo Beija-Flor). Mais do que movimentos de luta, as aulas representam confiança, autonomia e a certeza de que toda mulher carrega dentro de si uma força capaz de mudar destinos.
As inscrições devem ser feitas presencialmente, no local de realização das aulas. Basta comparecer com as cópias do RG, CPF e comprovante de residência e duas fotos 3x4. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Cronograma de aulas
- Centro Esportivo Beija-Flor (Rua Polydoro de Oliveira Bittencourt, 233 - Vila Margarida) - sexta, das 9h às 10h
- Ginásio Poliesportivo Dondinho (Travessa do Parque, 1.000 - Catiapoã) - sexta, das 15h às 16h
Acompanhamento seguro:
Na sede da Guarda Civil Municipal (GCM), a Sala Guardiã Maria da Penha se tornou um refúgio de proteção. Mulheres com medidas protetivas são acompanhadas de perto por meio de visitas, contato direto e rondas promovidas pelo Grupamento Guardiã Maria da Penha. A iniciativa garante não somente o cumprimento da lei, mas, principalmente, a sensação de segurança de que alguém está sempre atento.
Orientação e Justiça:
O programa OAB por Elas, em parceria com a Prefeitura, garante atendimentos gratuitos com advogadas voluntárias duas vezes por semana. É um espaço de escuta e orientação jurídica, no qual cada mulher entende seus direitos e encontra caminhos seguros para recomeçar.
Acompanhamento e reconstrução:
A Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (Sedhc) integra a rede de proteção com serviços como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), o Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI) e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM), que oferecem apoio psicológico, jurídico e social. São espaços de escuta, reconstrução e participação ativa das mulheres na construção de políticas públicas que realmente atendam suas necessidades.
Saúde acolhedora:
Em qualquer unidade de urgência e emergência, vítimas de violência encontram atendimento imediato. O “kit violência”, que inclui medicação de prevenção a HIV, outras DSTs e contracepção de emergência, é disponibilizado junto a exames e acompanhamento especializado. No dia útil seguinte, a vítima é encaminhada ao Serviço de Atenção Especializada (SAE), para o cuidado continuar integralmente.
Informação acessível:
Ampliando sua rede de apoio, a Prefeitura disponibiliza o Portal Mulher Vicentina, reunindo em uma plataforma informações sobre acolhimento, segurança, saúde, oportunidades profissionais e bem-estar.
Ciúmes excessivos, tentativas de controle de roupas, amizades ou redes sociais, humilhações públicas, isolamento, ameaças veladas e destruição de objetos pessoais são alguns dos indícios mais comuns de um relacionamento abusivo. Reconhecer esses comportamentos é fundamental para interromper o ciclo da violência antes que ele avance, permitindo que a mulher busque ajuda em tempo e encontre o amparo necessário para recomeçar sua história em segurança.
Canais de denúncia:
180 – Central de Atendimento à Mulher
190 – Polícia Militar
153 - Guarda Civil Municipal – Sala Guardiã Maria da Penha
(61) 99610-0180 - Central de Atendimento à Mulher (WhatsApp para todo Brasil)