As Oficinas Participativas de Avaliação (OPA!) chegaram ao fim em 2025 com uma programação especial no Auditório da Sesp (Esplanada dos Barreiros) nesta sexta (5) e sábado (6). Crianças e adultos desfrutaram de um espaço de aprendizado e debate sobre justiça climática. Por meio de atividades práticas e metodologias participativas, alunos da UE Lúcio Martins Rodrigues, moradores da Vila Margarida e autoridades na área de meio ambiente trocaram experiências e ampliaram a conscientização sobre os riscos climáticos que afetam a região.
Na sexta, os estudantes do Lúcio Martins participaram de uma atividade especial do projeto paulista Sucata Quântica, que incentiva o reuso criativo de materiais como eletrônicos, madeira e metal e ensina técnicas de soldagem e recuperação de aparelhos. Eles desenvolveram a atividade “Micro Cidade de Sucata”, construindo maquetes de cidades imaginárias que provocam reflexões sobre urbanismo e sustentabilidade.
A assessora pedagógica do Núcleo de Educação Ambiental de São Vicente, Vandilma Galindo, acompanhou os alunos e destacou a relevância da ação “Durante o encontro, os 43 alunos, divididos em dois grupos, participaram ativamente, demonstrando entusiasmo e criatividade. Eles se surpreenderam com a atividade, envolveram-se na criação das peças e demonstraram orgulho em seus trabalhos. A ação desenvolveu habilidades como cortar, pintar, desenhar, construir e colar, além de estimular a identificação de problemas, a busca por soluções, o diálogo, a parceria e iniciativas baseadas na natureza, evidenciando como a colaboração pode construir a cidade do futuro”.
Após as atividades, o auditório recebeu um cine debate, reunindo convidados para dialogar sobre cinema, meio ambiente e sociedade. Participaram o Cacique Ronildo, representando o filme “Se Ver”, do diretor Maia de Barros, Daniel Felipe Paiva e Érico Pagoto, diretores de “Injustiça Climática do Vale do Ribeira: Iporanga e Eldorado”, Gabrielle Deschain e Leandro Olímpio, criadores de “Outra Vez Nós Aqui”, e Andrey, do coletivo Olhar Marginal, que encerrou a sessão com a pré-estreia do manifesto visual do Coop Clima.
No sábado, duas dinâmicas voltadas ao meio ambiente deram continuidade a oficina. A primeira trabalhou a memória dos participantes, incentivando-os a revisitar o passado e compartilhar histórias de vida. A troca permitiu identificar problemas socioambientais e mapear pontos positivos e desafios do bairro, com objetivo de contribuir para o diagnóstico local dos impactos climáticos e orientar futuras ações de adaptação.
A coordenadora geral do projeto, Profª. Dra. Sylmara Dias, destacou a importância do Coop e das oficinas OPA “O Coop Clima é um projeto da USP, financiado pela FAPESP e pela Prefeitura de São Vicente, que entre 2024 e 2027 busca envolver a população local na compreensão e resposta às mudanças climáticas. A iniciativa desenvolve, de forma participativa, uma política municipal de justiça climática e um plano de ação climática. As oficinas realizadas em seis regiões mapearam memórias, riscos e problemas ambientais, e seus resultados serão validados antes de serem apresentados em um festival no início de 2026”.
Por Luis Gomes