A manhã desta terça-feira (7) foi marcada por emoção, troca de experiências e muito aprendizado na Unidade Educacional Augusto de Saint Hilaire (Catiapoã). A escola recebeu a visita especial de atletas paralímpicos de Gana, em uma iniciativa voltada à inclusão, diversidade e valorização das relações étnico-raciais.
Vindos do continente africano, os atletas ganeses – muitos deles surdos – trouxeram ao ambiente escolar o exemplo de superação por meio do esporte, e também uma poderosa lição sobre comunicação não verbal, empatia e respeito às diferenças.
Durante a manhã, os atletas e os alunos protagonizaram momentos de integração e alegria. Em uma troca espontânea e calorosa, dançaram juntos ao som de músicas africanas e brasileiras, celebrando a união entre culturas por meio do movimento e da expressão corporal.
Ao longo da visita, os estudantes também tiveram a oportunidade de interagir com os atletas utilizando gestos, expressões e sinais, compreendendo que o diálogo vai muito além das palavras. Entre rodas de conversa, danças e atividades lúdicas, o momento proporcionou uma vivência rica em cultura, pertencimento e conexão humana.
Assistente de direção da escola, Patrícia Ramos destacou que a ação foi fruto de uma parceria entre a Secretaria de Educação de São Vicente (Seduc) e os núcleos particulares que acolheram a delegação ganesa no Brasil. “Eles convidaram a equipe para visitar uma escola municipal, e escolheram o Saint Hilaire por conhecerem nosso trabalho com as questões étnico-raciais. Como já temos um Projeto Político-Pedagógico voltado ao Ensino das Relações Étnico-Raciais (ERE), esse tipo de ação é muito bem-vinda”, explicou Patrícia.
“Esse momento é de grande valor porque faz com que nossos alunos se sintam pertencentes. Hoje, por exemplo, um aluno me disse. ‘Dona Patrícia, meu amigo falou que eu pareço com o pessoal de Gana’. E eu respondi. ‘Sim, nós somos’. Isso tranquiliza o coração e fortalece a identidade deles”, completou.
A visita também emocionou os próprios atletas. Isaac Ofori, um dos representantes da delegação, expressou sua alegria com o acolhimento. “Viemos a esta escola e estamos muito felizes em ver um espaço inclusivo, com pessoas de todos os lugares. Estamos nos divertindo, dançando e agradecemos à direção e a todos os funcionários pelo excelente trabalho. Deus nos abençoe e ajude a manter essa causa viva”.
Para os alunos, a experiência foi inesquecível. Júlia, de 10 anos, resumiu a emoção do encontro. “Gostei muito! Aprendi sobre a linguagem de sinais, gostei muito da dança, das cores, da música... Foi tudo muito legal”.
Por - Felipe Falcão