Um pequeno encontro pode transformar toda uma vida. Foi isso que aconteceu com o casal Julia Lemela e Jonathan Henrique, que durante um dos eventos de adoção promovidos pela Secretaria de Bem-Estar Animal (Sebem) de São Vicente adotou uma cadelinha. Neste dia 4 de outubro, celebrado o dia dos animais, vamos conhecer a história da cachorra Dora, que trouxe muito mais do que companhia ao casal, trouxe amor, alegria, segurança, momentos inesquecíveis e ajuda diariamente Julia com seu tratamento de TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Querendo adotar um bichinho, a ideia inicial era levar um gato para casa, mas, o destino tinha outros planos.
“Minha mãe ficou sabendo que teria um pequeno evento de adoção no nosso bairro, então no dia que coincidiu com a folga do meu marido, nós fomos até o local, mas, por causa da chuva, já tinham levado. Conversando um pouco com o pessoal do evento, consegui o contato de uma mulher da Ubasa, na qual a Dora estava, então combinamos e, no mesmo dia, eles trouxeram ela”, conta Julia.
O nome Dora, inspirado na famosa personagem de desenho animado, não poderia ser mais perfeito.
“Dora não é apenas uma cadela, é exploradora, brincalhona, cheia de energia e inteligência. Nos passeios pelo bairro, ela fareja, observa e até interage com outros animais, descobrindo cada cantinho com curiosidade contagiante.”
Na nova casa, criou um laço inseparável com cada membro da família. “Eu digo que sou mãe dela. Enquanto eu sou cuidadosa, meu marido é o ‘pai divertido’. Quando ele chega do trabalho, ela pula, late e faz festa”, acrescenta a tutora.
Para Julia, que possui TEA (Transtorno do Espectro Autista), Dora vai além de uma companheira, é um verdadeiro apoio emocional. Ela oferece segurança, rotina e estímulos sensoriais, ajudando a reduzir a ansiedade e melhorar a socialização, mostrando que a relação entre humanos e animais vai muito além da companhia: é também uma ferramenta de cuidado, inclusão e amor.
“Mesmo nos pequenos desafios, como quando se assustou com uma bolinha de brinquedo, Dora aprendeu a confiar novamente, mostrando que adotar é mais do que acolher, é respeitar o tempo do animal, criar vínculos e compartilhar momentos inesquecíveis”, ressalta Julia.
Para a família, a adoção também é um ato de consciência. “Adotar é escolher dar uma chance a quem mais precisa. Cada animal adotado é uma vida salva, e cada gesto de cuidado transforma também quem ama. Alegria, amor e, acima de tudo, a certeza de que salvar uma vida é, na verdade, salvar a própria humanidade”.
Por Luis Gomes