O Leia São Vicente segue ampliando o contato dos alunos com o universo literário, passando, na última sexta-feira (28), pelas AMEIs Visconde de Sabugosa e Narizinho (Tancredo). O projeto, que percorre todas as escolas da rede pública com atividades de leitura, contação de histórias e ações interativas, reforça o vínculo das crianças com os livros e incentiva novas formas de aprendizado dentro e fora da sala de aula.
Em cada escola, o projeto ganha um formato próprio, moldado pela participação dos alunos e pelas propostas desenvolvidas com as equipes pedagógicas. Na AMEI Visconde, por exemplo, o encontro se transformou em uma verdadeira travessia cultural. O ambiente lembrava o início de um embarque de avião em um aeroporto para uma volta ao mundo conduzida pelas turmas.
Os alunos estudaram diferentes países e representaram suas culturas em pequenas “paradas”, apresentando danças e performances preparadas ao longo das atividades. Cada grupo trouxe elementos típicos, cores e ritmos, criando um percurso artístico que fez familiares e visitantes viajarem sem sair da escola. A proposta dialogou diretamente com o Leia São Vicente, reforçando que a leitura não vive apenas nos livros, mas também na descoberta de histórias, tradições e narrativas do Mundo.
Laura, de 6 anos, que representou Portugal, transmitiu o encantamento que estava sentindo: “Eu gostei de dançar. Aprendi sobre a comida e a língua deles. O mais legal foi me apresentar”.
Já Apolo, de 9 anos, que viveu o México no palco, transformou o nervoso em orgulho: “Achei que eu ia errar, mas não errei. Eu aprendi sobre as comidas e sobre os festivais. A parte mais legal foi pintar. Eu pintei chapéu, cartazes… tudo”.
Para a diretora da unidade, Andrea Luz, o segredo de um dia como esse está na participação ativa: “As crianças aprendem quando aquilo tem significado. Quando pesquisam, criam com as mãos, testam, apresentam. É um conhecimento que fica. É isso que queremos para elas”.
Do outro lado da plateia, a emoção também deu o tom. Giovanna Fernandes, mãe do aluno Jorge Henrique, do 1º C, falou sobre ver o filho representar o Japão:
“É maravilhoso. Ele aprendeu tanto, conheceu culturas diferentes e entendeu a importância de respeitar as diferenças”.
Na AMEI Narizinho, o movimento ganhou contornos de feira cultural. Cada sala virou continente, janela ou memória: artes inspiradas em culturas afro-brasileiras, produções autorais, pulseirinhas, mini-livros, vasos e itens feitos pelas crianças da Fase 1 e Fase 2, que também aprenderam sobre empreendedorismo ao comercializar suas próprias criações.
“A gente mostrou que tudo tem valor. Elas produziram, viram que poderiam vender e até compraram o que elas mesmas criaram. Isso amplia o olhar e fortalece a identidade”, contou a articuladora de eixo na escola, Natália Martins, ao lembrar que a programação ainda envolveu apresentações, participação de outras unidades.
Através do Leia São Vicente, cada unidade encontrou seu jeito de atravessar o tema, seja com releituras artísticas, exposições literárias, oficinas criativas, varais poéticos ou teatro. Tudo conectado pela mesma certeza: quando a leitura encontra propósito, ela ultrapassa o livro e vira uma ponte entre culturas, histórias e futuros possíveis.
Por Jessica Costabile