Exposição de grafitagem, desfile de moda sustentável, performances de breaking e música tomaram conta da Unidade Educacional Mário Covas Jr (Parque das Bandeiras) na manhã de terça-feira (5), em apresentação aberta aos pais e que marcou o encerramento do projeto Hip Hop nas Escolas após seis meses de atividades envolvendo dezenas de estudantes. Numa demonstração de protagonismo juvenil, os alunos colocaram em prática tudo o que aprenderam nos últimos meses. Ao término, foram agraciados com certificados de conclusão das oficinas.
Pai de três alunos da UE, o motorista Arnaldo Alves Neto, 45 anos, aprovou a iniciativa. “Esta é uma atitude boa, porque afasta as crianças da rua e incentiva a sair um pouco da internet e das redes sociais. Importante ter ações assim, que trazem de volta o que estava morrendo, como a dança, o esporte e o lazer”. Paloma Munhoz, 28 anos, é mãe de dois filhos matriculados na unidade, e classificou o Hip Hop nas Escolas como positivo. “É muito bom ter projetos como esse no bairro onde moramos. Espero que novas ações desse tipo sejam realizadas, porque minha filha de 12 anos gostou muito”, comentou.
A implementação inovadora foi desenvolvida no primeiro semestre nas UEs José Meirelles (Quarentenário) e Mário Covas Jr. A partir de segunda-feira (11), o projeto inicia um novo ciclo nas escolas Antônio Pacífico (Jóquei Clube) e Carolina Dantas (Catiapoã). “Trabalhos um semestre inteiro com oficinas semanais voltadas aos cinco elementos do Hip Hop, que são o rap, o DJ, o breaking, o graffiti e a moda sustentável”, destaca o coordenador geral do Hip Hop nas Escolas, Bruno Pierre Pereira - o Brunão Ment’Sagaz.
Sociólogo e rapper, Brunão explica que além de apresentar a cultura urbana e o entretenimento, a ideia é diminuir a evasão escolar, aumentar o entendimento intelectual e cognitivo dos alunos e levar os jovens ao senso de pertencimento, para preservar a escola onde estudam, a casa onde moram e o ambiente em que eles vivem.
Os cursistas também recebem material para as oficinas. “Os kits para as aulas de MC, por exemplo, contêm caderno, lápis e borracha, para criação das rimas. Já os alunos de graffiti receberam lápis 2B, caderno de desenho, lápis de cor e canetinhas para desenvolver a arte que o oficineiro está transmitindo”, detalhou Zéca, um dos instrutores.
O projeto - O Instituto Salve Hip Hop, coletivo cultural comprometido com a lei federal 11.784/2023 que trata da valorização e fomento da cultura Hip Hop em território nacional, traz as artes urbanas contemporâneas dessa cultura urbana como ferramenta sociocultural educacional no ambiente escolar. Dessa forma, nasce o projeto Hip Hop nas Escolas, iniciativa contemplada pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo através do Edital 14/2024 – Fomento à Cultura Hip Hop, sendo a segunda proposta mais bem avaliada na seleção de projetos.
O objetivo é promover a cultura Hip Hop nas escolas municipais de São Vicente, proporcionando aos estudantes do Ensino Fundamental II um espaço de aprendizado e cidadania, expressão artística e reflexão social por meio de oficinas de artes urbanas.
Texto - Renato Pirauá