A tarde de sexta-feira (19) no Shopping Deslumbrante, em São Vicente, ganhou novas cores, movimento e criatividade. O Ateliê Cores da Alma, idealizado pelo artista Gil de Brito, promoveu uma experiência cultural que aproximou o público do processo criativo e reafirmou a arte como ferramenta de inclusão, expressão e convivência. Com a presença de artistas, jovens, adultos e crianças, a galeria levou ao Centro da Cidade uma proposta interativa, sensorial e gratuita.
Durante a ação, moradores e turistas que passaram pelo shopping puderam participar de oficinas de pintura em aquarela, gotejamento, óleo, carvão, entre outras intervenções artísticas. O projeto nasceu a partir de uma conversa entre o artista e a gestão do shopping e evoluiu para uma proposta mais ampla: realizar intervenções culturais contínuas dentro do espaço comercial reunindo artistas, alunos e o público em geral. Com apoio da Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), o ateliê se consolidou como um espaço coletivo, que valoriza tanto artistas experientes quanto novos talentos em formação.
“O ateliê surgiu da ideia de criar oportunidades. Não só para mim, mas principalmente para os meus alunos e para quem nunca teve contato direto com a arte. Aqui, as pessoas podem participar, aprender e interagir no momento em que a obra está sendo criada”, explica Gil de Brito.
Entre as atividades, um dos destaques foi a intervenção artística inspirada na técnica de gotejamento do artista norte-americano Jackson Pollock, ligada ao Expressionismo Abstrato. A proposta convidou os participantes a “dançar com o pincel”, explorando cores, movimentos e texturas de forma livre e espontânea. A ação teve início com os artistas e se encerrou com a participação direta do público, evidenciando como a arte pode ser um elo entre diferentes idades, histórias e realidades.
O público também acompanhou uma oficina introdutória de aquarela ministrada pelo artista Fernando Aguiar, voltada tanto para iniciantes quanto para quem desejava aprofundar os primeiros conhecimentos na técnica. A atividade abordou noções básicas como o controle da água, da tinta e do papel, destacando a aquarela como uma das formas mais acessíveis e expressivas de contato inicial com a arte.
“A aquarela costuma ser o primeiro contato de muitas pessoas com a pintura. Ela permite expressão, relaxamento e descoberta. A arte, no geral, é isso: uma forma de colocar para fora sentimentos, de se distrair e de se conectar consigo mesmo”, destacou Fernando durante a oficina.
Se o escritor Goethe afirmou que “não existe meio mais seguro para fugir do mundo do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte”, a pintora e aluna de Gil, Tassia Caroline, que expôs suas obras no evento, reafirmou esse pensamento ao lado do filho, Samuel. “A arte é uma forma de expressão e também de conexão. Ela une pessoas, aproxima famílias e amigos, gera identificação até em quem não sabia que tinha esse interesse. Além disso, transforma sentimentos como a ansiedade em algo criativo, seja na música, na pintura, na escrita ou no artesanato”, ressaltou.
Para os próximos meses, a proposta do Ateliê Cores da Alma é ampliar as ações, com oficinas de mangá, grafite e outras técnicas, além da ocupação de diferentes pontos do shopping por artistas em processo criativo, interagindo diretamente com o público e fortalecendo a presença da arte no cotidiano da Cidade.
Por Luis Gomes