No Dia do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de novembro, o Brasil tem ainda mais motivos para comemorar. Em 2025, o país ultrapassou a marca de 10 milhões de mulheres empreendedoras, consolidando uma transformação poderosa no cenário econômico nacional. Elas já representam cerca de 48% dos empreendedores brasileiros, impulsionando negócios, criando soluções e ocupando espaços antes negados às mulheres.
Por trás desses números, ganham destaque histórias como a de Thatyani Nai Cavallieiri Soares, dona da Pedacinho de Algodão, que traduz em sua trajetória a força, a criatividade e a resiliência que marcam essa data. A vicentina é proprietária da loja especializada na fabricação de enxovais de bebê, fundada em 2020. O negócio nasceu de forma simples, a partir do desejo de ajudar famílias a se prepararem para a chegada de seus filhos, mas rapidamente ganhou força e se tornou uma empresa em expansão.
Para Thatyani, o empreendedorismo tem um significado claro: liberdade. “O que me motivou a começar a empreender é, com toda certeza, a liberdade. Poder organizar a minha agenda e trabalhar de acordo com meus próprios horários é maravilhoso”, afirma.
Essa busca por autonomia acompanha um movimento nacional em que as mulheres já representam quase 45% dos Microempreendedores Individuais (MEIs), consolidando sua presença em um segmento cada vez mais estruturado.
O crescimento se deu de forma orgânica: após publicar seus primeiros trabalhos artesanais na internet, a demanda surgiu quase imediatamente, mesmo com sua pouca experiência inicial. Hoje, o avanço da loja se sustenta em um atendimento humanizado e na busca por qualidade — e não apenas volume. A fidelização dos clientes se tornou um dos pilares do negócio, enquanto a capacitação segue constante.
Inicialmente autodidata, aprendendo com videoaulas no YouTube, Thatyani encontrou nos cursos presenciais do Fundo Social de Solidariedade de São Vicente um verdadeiro divisor de águas. Em 2024, decidida a aprimorar seu trabalho, concluiu o curso de corte e costura, ampliando suas técnicas e alcançando um público maior. No mês passado, finalizou o curso de Empreendedorismo.
"Através dos cursos, tive uma noção maior de costura e aprendi técnicas que posso aproveitar em qualquer trabalho. O curso de artesanato, além de ensinar técnicas, estimula muito a minha imaginação, o que é ótimo. Já o curso de empreendedorismo clareou várias ideias que eu tinha na cabeça. Hoje consigo colocar em prática muitas coisas que nos foram passadas, de uma forma que nunca consegui antes”.
Com a confiança de quem construiu o próprio caminho, Thatyani entende seu trabalho como um ato de empoderamento feminino. “Eu estou fazendo as coisas para a maior conquista dela”, diz, referindo-se às mães que atende.
Sua história evidencia a importância dos cursos oferecidos pelo Fundo Social de Solidariedade de São Vicente, que representam uma oportunidade para muitas mulheres buscarem uma nova carreira e conquistarem a independência financeira. A presidente do Fundo Social , Thaynã Amado, destaca o impacto desse trabalho. “A trajetória da Thatyani mostra o poder que o conhecimento tem de transformar realidades. Ela iniciou no Fundo Social aprendendo corte e costura e hoje construiu seu próprio negócio com bordados, chaveiros e acessórios. Celebrar o empreendedorismo feminino é reconhecer mulheres como ela, que agarram a oportunidade e seguem em frente. Nossos cursos existem para isso: oferecer apoio, fortalecer a autonomia e criar possibilidades reais de renda para quem deseja mudar de vida”.
Para outras mulheres que desejam empreender, o conselho de Thatyani é o de “cultivar calma, ter jogo de cintura e evitar a autocrítica excessiva no início”. A empreendedora acredita que o futuro do mercado será cada vez mais feminino, impulsionado pela coragem das mulheres que decidem abrir o próprio negócio diante das desigualdades corporativas.
Texto - Nattan Alves