Diante de um público de 500 pessoas, alunos da AMEI Narizinho (bairro Tancredo) subiram pela primeira vez ao palco na terça-feira (24), dando um show de interpretação no Festival Santista de Cenas Teatrais (Fescete), evento realizado no Teatro Municipal Braz Cubas (Vila Mathias, em Santos).
Concorrendo na categoria estudantil, a trupe Amarte apresentou a segunda cena da noite, sendo muito aplaudida pela performance da peça “A Menina da Cabeça Quadrada”. A adaptação do livro de mesmo nome, escrito por Emília Nuñez, teve como protagonistas Alice Batista, Ana Clara, Ana Valentina, Anthony Gabriel, Breno, João Maciel, Levi Gabriel, Maria Antonella, Maria Cecília, Mayte Ferreira, Raquel Helena e Sophia Silveira, com idade entre 5 e 6 anos - as mais jovens desta edição do evento.
Diretor da AMEI, Gérson Martins relata que logo após a apresentação parabenizou o grupo pelo desempenho impecável. “Era possível ver o brilho nos olhos de cada um, sorrindo, se abraçando e comentando entre si sobre o que viveram no palco. Algumas diziam com entusiasmo: ‘a gente arrasou!’, ou ‘eu vi minha mãe me aplaudindo!’ Eles foram incríveis”.
Professora da turma, Daiane Sandra conta que quando retornaram ao camarim, todos choraram de emoção. “Hoje (quarta-feira), durante a aula, eles disseram que querem se apresentar em outros festivais, porque foi tudo muito lindo e emocionante”, completou a pedagoga.
Momento de relaxar - Minutos antes de entrarem em cena, os atores mirins tiveram um momento de relaxamento, pedindo a Papai do Céu para “ficarmos calmos”, “ajudar a ganharmos o prêmio” e fazer com que “a gente não erre nenhuma fala”.
Com duração de 12 minutos, a cena aborda a história de uma menina cercada de telas, que em determinado dia acordou com a cabeça quadrada de tanto manusear celulares, tablets e aparelhos de TV. De forma lúdica e acessível, a adaptação estimula as crianças a deixarem os aparelhos eletrônicos um pouco de lado e experimentarem as brincadeiras tradicionais, numa proposta que se alinha ao projeto Leia São Vicente, cujo tema deste ano foi “Desligue e Brinque”.
O projeto, que mobilizou até os pais na produção e sonoplastia, tem refletido no desenvolvimento das crianças, que agora demonstram mais segurança, oralidade e expressão emocional. “É uma transformação. O teatro está mudando a vida dessas crianças”, salientou a professora Daiane, enfatizando o impacto coletivo que vai além da sala de aula.
O Fescete 2025 tem o patrocínio da Autoridade Portuária de Santos via Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal. Conta com apoio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo. Realização: TESCOM Promoções Artísticas e Culturais e Canal Cultural, em parceria com a Prefeitura Municipal de Santos/Secult.
Texto - Renato Pirauá
Fotos - Denise Braga (divulgação)